Produção conta a saga do Haiti e processo de migração após o terremoto de 2010; leia crítica
Por Priscila Pacheco
A Vila Itororó, um conjunto de ruínas arquitetônicas de casas construídas no decorrer do início do século XX, na Bela Vista, bairro do centro de São Paulo, é cenário de uma peça de teatro que une artistas brasileiros e haitianos. “Cidade Vodu” é o nome da produção teatral apresentada em português e criolo. Calma! Não se preocupe caso não fale criolo, pois há legendas.
O enredo traz a saga dos haitianos no país natal e na imigração para o Brasil. Mostra a história do Haiti, a presença militar da ONU (Organização das Nações Unidas) e o terremoto que matou milhares de pessoas em 2010 e fortaleceu o processo migratório. Visto que a destruição causada pelo terremoto é a base da peça, creio que não haveria lugar melhor para encenar. O jogo de cenas entre as ruínas da Vila Itororó e o sentimento transmitido pelos atores fazem o público reviver a história e, quem sabe, até sentir o que é ser um haitiano, o que é ser negro, o que é ser imigrante. O que é?
Caro público, não espere ficar sentado em cadeiras ou poltronas confortáveis vendo atores contracenando. A peça é itinerante. Você caminha pelos resquícios da Vila Itororó. Cada cena tem um espaço. É entre as paredes corroídas que o público tem a atenção presa por mais de duas horas.
O percurso é repleto de momentos marcantes, por exemplo, quando aparece o vídeo de militares brasileiros cantando uma música da Xuxa para as crianças haitianas e, depois a atriz imigrante, Roselaure Jeanty, entra em cena dando continuidade à canção. O que isso significa? Veja e tire suas próprias conclusões.
A peça também conta com festa e interação entre público e elenco. É neste momento que servem uma tradicional sopa do país caribenho, cantam e tocam ao vivo e, se a timidez não impedir, você ainda aprende a dançar coreografias típicas. Enfim, a produção é repleta de cenas envolventes, afinal, para segurar as pessoas por mais de duas horas não é com qualquer coisa. Mas não contarei tudo aqui. Vá, veja e sinta você mesmo.
A única questão é conseguir entradas. Os ingressos começam a ser entregues às 18h30, 1 hora antes do início da peça, mas acabam em um sopro. No último sábado, por exemplo, às 18h35 informaram que já era necessário fazer uma fila de espera, pois as senhas haviam acabado. Na nossa primeira tentativa de ver o espetáculo, 09 de abril, fui informada pela equipe da peça, que haviam distribuído menos entradas porque naquele dia existia reservas para grupos que estavam vindo do interior. A questão é que na página do Teatro de Narradores, produtores de “Cidade Vodu”, não foi encontrado nenhum comunicado de que em determinada data seriam distribuídos menos ingressos. De acordo com a boa comunicação, o público deveria ter sido informado. Ou não? Enfim, “Cidade Vodu” está em cartaz até o dia 15 de maio, as quintas, sextas, sábados e domingos na Vila Itororó.
[…] MigraMundo: os espetáculos “São Paulo Refúgio” (Performatron, 2015/2016), “Cidade Vodu” (Teatro de Narradores, 2016), e as performance/intervenções “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto” e […]
[…] comunidade migrante a acontecer na Vila Itororó. Em 2016, o local serviu de cenário para a peça Cidade Vodu, que contava a saga dos haitianos no país natal e sua migração para o […]
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