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quinta-feira, dezembro 26, 2024

“É outro mundo”, diz refugiado congolês após reunir a família no Brasil

Por Rodrigo Borges Delfim

Lembro até hoje do dia que conheci Omana Petench Ngandu. Foi durante a primeira Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes, que aconteceu em São Paulo no final de novembro de 2013.

Fui fazer uma entrevista com Omana. Nascido na República Democrática do Congo, ele tinha chegado há pouco mais de seis meses e ainda falava pouco o português – e eu continuo a apenas arranhar o francês, enquanto ele já fala português muito bem. Na época, tive a ajuda de um outro congolês, o Alphonse Nyembo, e entrevistei ambos para a reportagem que fiz para o MigraMundo sobre a conferência. E mal podia saber do tamanho da história, dos dramas e esperanças que ele carregava consigo.

Ele veio ao Brasil como refugiado por causa de sua atuação em nome dos direitos humanos no Congo, graças à ajuda de um médico brasileiro. Foi perseguido pelo governo, preso várias vezes e sobreviveu a um fuzilamento. Mas ainda faltava trazer a família (mulher e cinco filhos), que teve de ir para um campo de refugiados no Quênia.

Omana conseguiu trazer a família, refugiada no Quênia, para o Brasil. Crédito: arquivo pessoal
Omana conseguiu trazer a família, refugiada no Quênia, para o Brasil.
Crédito: arquivo pessoal

Para juntar dinheiro e reunir a família novamente, Omana deu aulas de francês e até criou uma campanha de financiamento coletivo. Com isso, conseguiu comprar as passagens para trazê-la do Quênia para o Brasil.

Depois de três anos, terminou a espera. No último dia 11, a família desembarcou no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O momento foi registrado no vídeo abaixo, feito pelo Instituto Adus, ONG que tem apoiado Omana desde que chegou no Brasil.

https://www.facebook.com/adusbrasil/videos/1162802793751976/

“Agora é outro mundo”,

Omana Ngandu, que agora conta com a família a seu lado no Brasil.

Além de se reunir novamente com a mulher e os filhos, Omana agora também foca em dar continuidade aos projetos nos quais está inserido. Ele é um dos professores do LFCAB (sigla para Língua Francesa e Cultura Africana no Brasil), que usa a cultura africana para o ensino do francês para brasileiros. “Vou continuar a trabalhar na LFCAB com a missão de ensinar a língua francesa e a cultura africana e continuar a dar apoio aos imigrantes e refugiados de conflitos”, promete Omana.

Com informações de Catraca Livre, Adus e Huffington Post

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