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sexta-feira, março 29, 2024

Evelyne, a senegalesa que aprendeu português graças ao Exaltasamba

MigraMundo inicia parceria de conteúdo com a Cáritas RJ, na qual é autorizado a divulgar e reproduzir as histórias de refugiados acolhidos pela entidade. Com isso, a ideia é ajudar ampliar o máximo possível a divulgação do tema do refúgio no Brasil, que infelizmente ainda é bastante desconhecido.

Por Cáritas RJ – texto e foto

“Aprendi português graças ao Exaltasamba. Eu ouvia as músicas com um dicionário na mão. O meu sonho é conhecer o Péricles.”

Em abril de 2013, Evelyne chegou ao Brasil. Nascida no Senegal, ela fugiu de casa porque sua família queria casá-la com um abastado chefe religioso, contra sua vontade. Após sofrer castigos físicos diários da própria mãe, a jovem pagou uma pessoa para colocá-la em um navio rumo a Santos. Ela achava que estava indo para a Espanha. Por sorte, encontrou um senegalês que lhe pagou uma passagem para Caxias do Sul (RS).

“Dou graças a Deus por ter chegado sã e salva e por ter encontrado alguém que tenha me ajudado.”

No Sul, Evelyne conseguiu emprego em um restaurante, mas após 8 meses decidiu largar tudo para retomar os estudos. No Senegal, ela tinha cursado um semestre de Letras. No Brasil, a exigência do vestibular e o valor das mensalidades abalaram seus planos, mas não o suficiente para que ela desistisse. A mudança para o Rio foi uma aposta. Solicitante de refúgio, a senegalesa está trabalhando como camelô para juntar dinheiro, mas se matriculou em um curso técnico de informática “para sair da rua”. O desejo, porém, é passar no vestibular e fazer uma faculdade.

A senegalesa Evelyne, 23, que aprendeu português ouvindo as músicas do grupo Exaltasamba. Crédito: Cáritas RJ
A senegalesa Evelyne, 23, que aprendeu português ouvindo as músicas do grupo Exaltasamba.
Crédito: Cáritas RJ

“Sou jovem, tenho 23 anos. Quero estudar para ter uma boa carreira. Porque um dia eu me caso, fico dependente do marido e depois ele me larga. Quero ter um bom trabalho para ajudar meus seis irmãos que ficaram no Senegal. E minha mãe também. Porque, apesar de tudo, ela é minha mãe. Adoraria voltar um dia ao Senegal e que ela entendesse por que tomei essa decisão. Estou sozinha no Brasil.”

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Para ajudar a Evelyne, mande mensagem para [email protected]

Texto publicado originalmente na página da Cáritas RJ no Facebook

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