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terça-feira, abril 16, 2024

Projeto Microcine Migrante usa cinema itinerante para falar de migração

A cena cultural migrante de São Paulo ganha projeção e novos representantes a cada dia. E um deles é o Microcine Migrante, um projeto de exibição audiovisual itinerante pela capital paulista, que inicia suas atividades oficialmente neste domingo (12) com uma programação especial no Museu da Imigração de São Paulo (veja mais ao final do texto).

A equipe do Microcine é formada por sete pessoas: Alonzo Chaska (Chile), Cristina Branco (brasileira e portuguesa), Miguel Dores (Portugal), Marcos Maia (brasileiro descendente de bolivianos), Rafael Ferreira (brasileiro), Viviana Peña e Jennifer Anyuli (ambas colombianas). Miguel e Cristina, aliás, fazem parte também do Visto Permanente, projeto-irmão do Microcine e que já realiza projeções diversas em locais públicos de São Paulo, além de montar um mini-acervo virtual de manifestações artísticas de migrantes na cidade.

O Microcine é inspirado na experiência do Grupo Chaski, no Peru, que estabeleceu uma rede de cineclubes populares no país que permite a visualização e partilha do cinema entre milhares de pessoas, normalmente em lugares com baixo acesso ao cinema e com auto-gestão popular.

Logo do Microcine Migrante. Crédito: Microcine Migrante
Logo do Microcine Migrante.
Crédito: Microcine Migrante

“O cinema pode constituir uma ferramenta importantíssima para a reconstituição de imaginários sociais sobre a imigração e também para munir os imigrantes de São Paulo de uma experiência migratória mais acompanhada das estórias e imagens de outros. Daí surgiu a ideia. Ainda assim, não queremos esquecer que uma exibição de cinema também é diversão compartilhada, um espaço de entretenimento válido”, explica Miguel Dores, que integra tanto o Microcine quanto o Visto Permanente.

Até dezembro estão previstas a realização de 25 exibições (sempre aos domingos) em vários locais que, de diferentes, maneiras relacionam-se com vivências e lembranças migratórias, projetando curtas e longas-metragens sobre o tema do deslocamento de pessoas pelo mundo.

Miguel lembra ainda que jogar luz sobre o extenso leque de histórias e experiências vividas pelos migrantes é uma forma de lutar contra os preconceitos que giram em torno da temática. “Queremos atribuir visibilidade às histórias da imigração como um gesto contra a política da avestruz – a política de quem enfia a cabeça na areia para não ver -, pois achamos que a invisibilidade é o lugar em que se constrói a exclusão, a criminalização, o trabalho análogo à escravatura, a violência racial, as representações xenófobas, os vínculos laborais precários”.

O Microcine é uma das cinco iniciativas ligadas a migrantes que foram contempladas neste ano pelo programa VAI, da Secretaria Municipal de Cultura. Além disso, também conta com apoio de um grande número de entidades: Museu da Imigração, o CRAI – Centro de Referência e Acolhida do Imigrante, Casa do Imigrante – Missão Paz, CAMI – Centro de Apoio e Pastoral do Migrante, MMPT – o Movimento de Moradia para Todos, Biblioteca Adelpha Figueiredo, ECLA – Espaço Cultural Latino-americano, entre outras. Todas elas deverão, até dezembro, receber projeções do Microcine Migrante – começando pelo Museu da Imigração.

Veja abaixo a programação para o primeiro dia do Microcine Migrante:

A partir das 17h, no Museu da Imigração – projeção dos documentários:
100% Boliviano, Mano (Luciano Onça, Alice Riff – Agência Pública, 2013)
Circuito Interno (Julio Martí, 2010)
Vidas Ausentes (Ronaldo Dimer, 2015)
À Margem (Leonardo Neumann, 2013)

Após as projeções, debate com os cineastas Luciano Onça (100% Boliviano, Mano) e Leonardo Neumann (À Margem).

Cena de Vidas Ausentes, um dos filmes que serão projetados na estreia do Microcine Migrante. Crédito: Divulgação
Cena de Vidas Ausentes, um dos filmes que serão projetados na estreia do Microcine Migrante.
Crédito: Divulgação

 

A partir das 19h
ida ao restaurante africano “Obrigado Minha Mãe”, (Rua Visconde de Parnaíba, 1188), conduzida pelo Grup Atopani, do Togo. No restaurante, apresentação do Grupo de Teatro Benkadi (Mali), seguida pela festa do Microcine Migrante com música e comida de vários lados da África. A refeição por pessoa no restaurante, para quem quiser, custará apenas R$ 10.

Estreia do Microcine Migrante
Data e hora: domingo, 12 de julho de 2015, a partir das 17h
Locais: Museu da Imigração de São Paulo (rua Visconde de Parnaíba, 1316) e depois no restaurante Obrigado Minha Mãe (rua Visconde de Parnaíba, 1188)
Entrada: gratuita (no restaurante, refeições serão servidas por R$ 10)
Informações: http://microcinemigrante.wix.com/microcinemigrante

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