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quarta-feira, março 27, 2024

Quarta edição da Copa dos Refugiados é lançada em SP; torneio acontece em agosto

Amistoso entre times brasileiros e de iraquianos abriu o calendário da quarta edição paulista da competição

Por Alethea Rodrigues
De São Paulo

Depois de Porto Alegre, foi a vez de São Paulo iniciar os preparativos para mais uma edição da Copa dos Refugiados. O lançamento oficial do campeonato aconteceu no último domingo (02) no Sesc Pompeia, zona oeste da cidade. A cerimônia contou com dois amistosos entre duas equipes de comerciários brasileiros e uma de refugiados vindos do Iraque.

O primeiro torneio deste ano foi na capital gaúcha, no último dia 26 de março. A equipe campeã foi o Coletivo, formada por imigrantes do Senegal e que disputará o título com o campeão da Copa em São Paulo, em partida a ser realizada no mês de setembro. Na capital paulista a competição deve ocorrer nos dias 13, 20 e 27 de agosto.

A Copa dos Refugiados acontece anualmente e reúne equipes de imigrantes e refugiados para jogarem partidas de futebol Society. Um dos idealizadores do projeto é Jean Katumba. O congolês, diretor da ONG África do Coração, teve a ideia e concretizou essa vontade em 2014, com o objetivo principal de integrar os refugiados na sociedade brasileira através do esporte.

“A Copa é mais que um jogo. Queremos divulgar a causa do refúgio que muitos não conhecem, tirar esse preconceito que muitas pessoas têm quando ouvem a palavra refugiado, além de promover uma interação entre os próprios imigrantes e brasileiros”, explica Katumba.

Para cada Copa é escolhido um tema relevante que expressa as dificuldades dos imigrantes que saem das suas casas às pressas em busca de um pouco de paz, ou até mesmo para salvar suas próprias vidas. Esse ano o tema é “O desafio das mães refugiadas para conseguirem ser consideradas cidadãs brasileiras”.

O iraquiano Sabah Youssef vive sozinho no Brasil há sete anos. Veio do seu país de origem para fugir da guerra e hoje treina três equipe iraquianas. Segundo o treinador, eventos como este aproximam ainda mais os laços entre brasileiros e iraquianos, além de fazer com que os jogadores aprendam muito com o futebol brasileiro que ele considera o melhor do mundo.

“Treinar esse pessoal é muito importante. Dou prioridade aos jovens, para que eles não cresçam envolvidos com coisas erradas. É um prazer ver a minha equipe jogando com brasileiros, que são bons no futebol, mas também têm um coração enorme e respeito pela gente. Morei em vinte países e em nenhum fui tratado tão bem quanto no Brasil”, declara Youssef.

O evento tem o apoio do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), do Conare (Comitê Nacional para Refugiados) e da Caritas Arquidiocesana de São Paulo. O espaço foi cedido pelo Sesc, sem nenhum custo, para que os jogos pudessem ser realizados.

 

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