Com colaboração de Carolina Teixeira
Muito mais do que um curso de idiomas, um intercâmbio sem sair da cidade; e além disso, conhecer melhor quem são as pessoas que buscam refúgio no Brasil. Foi com essa proposta que o Abraço Cultural chegou em 2015, ao promover aulas de idiomas ministradas por refugiados, com o objetivo de gerar renda para os refugiados, quebrar barreiras e contribuir para inserção deles na sociedade brasileira.
A iniciativa deu certo e entra em seu segundo ano em expansão. Agora os cursos (inglês, espanhol, francês e árabe) são duas vezes por semana oferecidos em duas cidades, São Paulo e Rio de Janeiro.
As inscrições para inglês, espanhol, francês e árabe estão abertas até dia 12 de março, com 30% de desconto para ex-alunos ou alunos que queiram cursar um segundo idioma. Em São Paulo já há vagas esgotadas para alguns cursos, mas ainda é possível se inscrever em determinadas turmas de inglês, espanhol, francês e árabe. No Rio ainda há vagas para todos os cursos.
Mais informações sobre locais das aulas e total do investimento feito para cada curso podem ser acessadas na aba “Seja um Aluno“, no site do Abraço Cultural.
Além das aulas de idiomas com refugiados e solicitantes de refúgio, os cursos do Abraço Cultural são complementados por imersões culturais em workshops semanais que apresentam elementos como dança, gastronomia, literatura, história e música dos países de origem dos professores do projeto.
Alunos descrevem experiências
A mistura de curso de idiomas com refugiados e workshops culturais tem sido aprovada pelos alunos, muitos deles já cansados dos métodos das escolas de idiomas tradicionais.
“Encontrei no Abraço um outro ambiente para o aprendizado não só do francês, mas das outras mil expressões culturais ligadas à esse idioma. Me senti muito bem acolhida pelos funcionários e professores, e estudar no Abraço despertou em mim um novo e inexplorado interesse pela língua francesa”, explica Beatriz Miyamoto Abud, que estudou francês por dois anos e meio em outras escolas antes de chegar ao Abraço, em São Paulo.
Os workshops são destacados por Priscila Fiorelli Cano, estudante do curso de inglês também em São Paulo. “As aulas culturais são ótimas, com imersão ao contexto de diferentes países de origem dos professores refugiados. Nas aulas culturais temos a oportunidade de conhecer a gastronomia e músicas de diferentes países também”.
Para Rafael Mignoni, graduado em Relações Internacionais e aluno do curso de árabe na unidade paulistana, conviver com os refugiados nos cursos leva a “ver com outros olhos” as situações que eles vivem ou já viveram – e que ainda são enfrentadas por milhões de pessoas mundo afora. “A relação que se criou entre alunos e professores extrapola a sala de aula e o aprendizado se torna muito maior que o idioma”.