“Você quer entrar em uma barraca dessas? Sua família terá de dividi-la com outras duas”…
Dá para imaginar cerca de 20 pessoas vivendo dentro de uma barraca pouco maior do que a que você usa para acampar -às vezes de lona, outras feitas só com ramos e folhas? É com questionamentos como esse e usando instalações reais que a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras busca mostrar como vivem – ou tentam sobreviver – os cerca de 45,2 milhões de refugiados e deslocados internos no mundo, além de explicar a atuação da entidade nessas áreas.
Logo ao chegar na exposição “Campo de Refugiados no Coração da Cidade”, que aconteceu entre os dias 6 e 15 de setembro no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o visitante recebia uma ficha com a história de vida de um refugiado de verdade – fiquei com o relato de um ancião sírio no Líbano, certamente um dos 2 milhões de cidadãos que tiveram de deixar a terra natal devido à guerra civil que assola o país desde 2011. Sua foto, que recebi ao final da exposição segue abaixo:
A ideia, começando pela entrega do papel com a história do refugiado, é que o visitante se sinta – mesmo que por por alguns minutos e longe de qualquer risco – as dificuldades que uma pessoa nessa situação tem de enfrentar: para dormir, se alimentar, usar as latrinas para as necessidades fisiológicas ou obter água.
Durante a exposição, conduzida por voluntários e funcionários da entidade e totalmente gratuita, a Médicos Sem Fronteiras também explica como atua junto aos refugiados na prevenção de doenças e no tratamento de pessoas com diferentes graus de desnutrição, além de apoio psicológico para ajudar a lidar com a estadia no campo de refugiados – que pode levar de meses a anos.
Durante o horário no qual visitei a exposição, na tarde do último domingo, era possível notar pessoas emocionadas com os relatos contados pelos voluntários da MSF durante a visita. O calor da tarde ajudava a dar uma ideia ainda maior da dificuldade vivida pelos refugiados e deslocados dentro das tendas montadas para a exposição – e iguais às usadas nos campos de refugiados.
Ao final da exposição, caso deseje, o visitante é convidado a tornar-se doador da organização, respondendo a um questionário que é confirmado pela central de atendimento da MSF momentos após a finalização do contato no local.
Parece pouco, mas o trabalho desempenhado pela Médicos Sem Fronteiras serve pelo menos como um sopro de esperança para aqueles que já quase nada têm consigo. Não é à toa que a organização recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1999.
Finalizada em São Paulo, a exposição seguirá para o Rio de Janeiro, onde ficará entre os dias 4 e 13 de outubro. Mais informações na página da Médicos Sem Fronteiras no Facebook.
Crédito das fotos: Rodrigo Borges Delfim
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