O Brasil teve um crescimento de 8,7% em registros de residência de migrantes em janeiro deste ano, na comparação com dezembro de 2024. Além disso, também registrou aumento de 18,3% nas autorizações de residência para fins laborais e de investimentos na comparação com o mês anterior.
Os dados constam em relatório divulgado nesta semana pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). Ligada à Universidade de Brasília (UnB), a entidade é responsável por compilar e divulgar dados sobre a migração no Brasil, a partir de uma parceria com o governo federal.
Ao todo, foram 15.017 registros, com os venezuelanos sendo os mais contemplados, por meio do programa específico de acolhida para essa nacionalidade. Em seguida aparecem bolivianos e argentinos (ambos com base no Acordo de Residência do Mercosul) e haitianos.
Além dos acordos específicos para nacionais de países da América do Sul, também teve destaque o registro de migrante no Brasil por meio de reunião familiar (2.065).
O dado de registro de residência marca o início de uma nova série por parte do OBMigra. De acordo com o Observatório, ela não inclui os refugiados e os registros chamados “não aplicáveis”, associados a mudanças de status migratório e questões burocráticas.
Autorizações de residência
Com relação às autorizações de residência por questões laborais, foram 2.878 registros em janeiro, contemplando especialmente aqueles na condição de dirigentes e gerentes, seguidos por trabalhadores das ciências e artes.
As nacionalidades mais representadas neste grupo foram a chinesa (432), filipina (301) e estadunidense (171). A presença dos filipinos nesse grupo explica-se principalmente por um outro fato. Atualmente 25% de todos os trabalhadores marítimos do mundo são filipinos, e muitos deles estão trabalhando embarcados em navios que operam em águas brasileiras.
Ainda segundo o OBMigra, ao longo de 2024 foram mais de 20 mil autorizações de residência por questões laborais.
Cubanos lideram pedidos de refúgio
Em relação ao refúgio especificamente, os cubanos foram a nacionalidade com maior número de solicitações (3,1 mil) em janeiro, dado mantém uma tendência que já se faz notar há um tempo no Brasil.
Só em 2024 foram 22.288 pedidos de refúgio formulados por cubanos, que entram pelo Brasil sobretudo pela cidade de Oiapoque (AP), que faz fronteira com a Guiana Francesa. Com isso, se tornaram a segunda maior nacionalidade nesse tipo de solicitação no país, ficando atrás somente dos venezuelanos (27.150).
O Brasil nem sempre é o destino final dessa migração. Há cubanos que optam por se deslocar do Brasil para outros países sul-americanos, como Uruguai e Chile, e outros que também se arriscam em jornadas ainda mais longas, como os Estados Unidos.
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