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segunda-feira, dezembro 23, 2024

Campanha pede união de mulheres migrantes e nativas contra a violência no parto

Atualizado em 10/09/14

O parto é um momento especial e delicado ao mesmo tempo. Em especial porque não apenas uma, mas duas ou até mais vidas estão em jogo durante o procedimento. Garantir a dignidade ao parto é também garantir dignidade à vida – tanto da mãe quanto de seus filhos.

No entanto, o que se vê no sistema de saúde brasileiro nem sempre corresponde à atenção que o parto merece. Sejam nativas ou imigrantes, muitas mulheres acabam submetidas a atos de violência durante o processo para dar à luz seus filhos. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2012 pela Fundação Perseu Abramo, 25% das brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de abuso ou maus tratos durante a assistência ao parto.

Tais procedimentos inadequados incluem a imposição da cesariana como forma de parto – procedimento mais comum nos hospitais brasileiros, mas que deveria ser adotado somente em casos excepcionais; o uso de recursos controversos para apressar o nascimento da criança, como a Manobra de Kristeller; ou até mesmo o corte vaginal (episiotomia) sem consentimento da mulher.

Para lutar contra situações como essas, a equipe de base Warmis está organizando uma campanha na qual convoca mulheres migrantes e nativas a evitar e denunciar tais práticas e violência durante o parto. O lançamento da iniciativa será no próximo dia 14 de setembro, a partir das 15h, na praça Kantuta (em frente à Escola Técnica Federal de São Paulo e tradicional ponto de referência da comunidade boliviana em São Paulo).

Evento convida mulheres migrantes e nativas a lutarem contra a violência obstétrica. Crédito: Evelyn Queiróz/Divulgação
Evento convida mulheres migrantes e nativas a lutarem contra a violência obstétrica.
Crédito: Evelyn Queiróz/Divulgação

No evento estão confirmados: uma tenda da Warmis para falar de temas relacionados à saúde da mulher; outra da ONG Artemis, com orientações jurídicas em relação a violência obstétrica e direitos da gestante e da puérpera (mulher que teve filhos recentemente); e a participação de Tati Cotrim, que trabalha como madrinha de gestantes e as ajuda a elaborar planos de parto – uma ferramenta muito útil (não infalível) para evitar a violência obstétrica. Haverá também apresentação culturais do grupo de folclore paraguaio Acuarela Paraguaya.

A Warmis também procura voluntários (nativos ou migrantes, mulheres ou homens) para ajudar na realização e divulgação no evento. Caso tenha interesse, basta entrar em contato com a equipe por meio deste link.

Embora a campanha se dirija especialmente às mulheres migrantes, muito mais habituadas culturalmente ao parto normal, ela também se estende às brasileiras que se opõem à prática indiscriminada de procedimentos obstétricos invasivos – especialmente em um momento no qual começa a ganhar espaço o debate sobre o parto humanizado no sistema de saúde brasileiro.

Vídeo-aulas mostram como evitar a violência no parto

Além da campanha em si, a Warmis também elaborou uma série de quatro vídeos-aula sobre como evitar a violência obstétrica. Para acompanhar, basta acessar o link abaixo e inserir seu nome e e-mail:

http://envios.warmis.org/w/1e4eqcmextK2WVAke09360727

 

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