Evento teve uma mesa composta apenas por coletivos migrantes do Rio e de São Paulo, além de outras formas de participação
Por Rodrigo Borges Delfim
No Rio de Janeiro (RJ)
Ser apenas alvo de pesquisa não basta. Eventos sobre migrações requerem a presença do migrante de forma ativa, na qual possa usar a própria voz. E durante os cinco dias do IX Fórum de Migrações /Migratic 2017 e V Simpósio de Pesquisas sobre Migrações, que ocorreram no Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio (UFRJ), era possível notar a presença de diferentes nacionalidades e sotaques contribuindo para o evento – como parte da equipe de apoio, como pesquisadores ou representando coletivos e atrações culturais.
A mesa de encerramento, na sexta-feira (20), foi formada quase que exclusivamente por representantes de coletivos culturais e associações de migrantes do Rio de Janeiro e de São Paulo – Equipe de Base Warmis – Convergência das Culturas, Projeto Chega Junto, Ocupação Vito Giannoti, Frente de Mulheres Imigrantes e Refugiadas, Associação Mawon, Grupo Aguasalá, Associação de Angolanos do Estado do Rio e Estrelas da Babilônia.
Cada um teve pouco mais de 10 minutos para falar um pouco da atuação e deixar seu recado aos demais presentes ao Fórum. Apesar do tempo reduzido, conseguiram esse objetivo e falaram de questões que foram da apresentação de suas atividades aos pedidos de novas abordagens dos pesquisadores em relação aos migrantes, que não sejam vistos simplesmente como meros objetos.
A Frente de Mulheres Imigrantes e Refugiadas, além de manter o costume de levar a faixa do movimento ao Fórum, aproveitou o espaço na mesa para ler o manifesto da rede – que pode ser visto no vídeo abaixo:
Sabores e histórias
Uma atração à parte no Fórum foi a Feirinha Gastronômica Chega Junto – idealizada e organizada pelo Projeto Chega Junto, que também integrou a mesa de encerramento do Fórum. A cada dia era possível experimentar e conhecer pratos e petiscos de diferentes países.
Em um dos dias da feira, a nigeriana Latifah Hassan mostrou um pouco dos sabores da terra natal por meio do arroz Jollof. Nascida em Lagos (maior cidade da Nigéria), vive há dois anos no Brasil e tem trabalhado com eventos e serviço de comida por delivery. Seu sonho é o de montar o próprio restaurante. “Quero levar a Nigéria ao mundo por meio da cozinha”, resume.
Ficou curioso sobre o arroz jollof? O vídeo abaixo, disponível também no Facebook do MigraMundo, traz uma amostra:
Além do prato típico nigeriano, ao longo da feira foi possível experimentar pratos e petiscos como o ceviche peruano, o sanduíche de falafel sírio, a Fritay haitiana, arepas colombianas e venezuelanas e um ensopado de carne e arroz à moda paquistanesa, entre outras opções.
[…] Os migrantes tiveram participação decisiva no Fórum, tanto como integrantes da equipe de apoio como nas mesas de debates e na feira gastronômica Chega Junto, que a cada dia trazia diferentes opções de refeições e petiscos preparados por migrantes e refugiados residentes no Rio. Além disso, os migrantes foram responsáveis pela mesa de encerramento, na sexta-feira (20), formada por representantes de coletivos do Rio e de São Paulo – saiba mais aqui. […]