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quinta-feira, abril 25, 2024

Com homenagem a mães, tarde cultural une músicos e refugiados em abrigo em SP

Apresentação seguiu orientações para prevenção do coronavírus, como distanciamento entre público e banda e uso de máscaras

Manter atividades culturais que ajudem a lidar melhor com os tempos de pandemia de coronavírus, sem baixar a guarda para as medidas necessárias para evitar sua disseminação. Esse foi o desafio enfrentado — e superado — por uma banda e um abrigo para refugiados no Jardim Guairacá, na zona leste de São Paulo.

Na tarde do último sábado (9), a banda E-Class, que conta com repértório eclético, se apresentou para cerca de 30 refugiados da Venezuela, Colômbia e Angola. O abrigo, que fica no Jardim Guairacá, é mantido pelo Projeto Pana Brasil, idealizado pela Cáritas Brasileira e financiado pela OIM (Organização Internacional para as Migrações).

Família de refugiados que acompanhou a tarde cultural no abrigo.
(Foto: Alethea Rodrigues/MigraMundo)

Assim como outros integrantes do setor cultural e de evento, a banda foi duramente afetada pela crise. Todos os trabalhos foram cancelados por conta da pandemia do novo conavírus, que acabou forçando o grupo a ficar de quarentena em casa e a se apresentar apenas por meio de lives.

O último sábado, no entanto, rendeu uma exceção honrosa.

“Na primeira semana de confinamento ficamos perdidos ao ver todos os eventos sendo cancelados e decidimos começar a fazer as lives, que é um meio de nos ajudar com contribuições voluntárias de quem nos prestigia. A partir daí, fomos concretizando outras ideias e uma delas foi trazer alegria às pessoas que estão confinadas e que os problemas vão muito além da pandemia”, conta o vocalista e tecladista Jeimes Ruben, responsável pela banda que atua desde 2012.

Banda E-Class, que se apresentou em abrigo para refugiados em São Paulo.
(Foto: Alethea Rodrigues/MigraMundo)

Descontração, mas com regras

Para tal exceção se realizar, banda e público seguiram regras de prevenção ao Covid-19 recomendadas pelo Ministério de Saúde, também exigidas pelos responsáveis pelo abrigo.

Dentro do local é respeitado diariamente o uso de máscaras e higienização frequente das mãos. Mantendo o isolamento social, eventuais saídas dos moradores do abrigo só ocorrem para atividades estritamente essenciais.

O show durou quase duas horas e permitiu, mesmo que um pouco distante, que os moradores dançassem e recordassem momentos felizes em seus países de origem.

Cerca de 30 refugiados acompanharam a apresentação da banda, mantendo distanciamento em relação aos músicos.
(Foto: Alethea Rodrigues/MigraMundo)

Com a música “Como é grande o meu amor por você”, a banda homenageou as mulheres pelo Dia das Mães, celebrado oficialmente neste domingo (10).

“Tínhamos uma vida extremamente corrida que não nos permitia realizar esse tipo de trabalho com frequência. Agora podemos nos dedicar mais e nos programar para que isso continue acontecendo depois que a quarentena passar. Sempre há algo de bom dentro de nós a ser compartilhado, mesmo em tempos difíceis. Agora estamos em busca de parcerias com empresas para darmos continuidade a esse projeto”, concluiu o cantor e tecladista da banda.

Importância do voluntariado

O voluntariado tem sido uma ferramenta ainda mais importante durante a pandemia. E neste período, muita gente tem aproveitado para demonstrar solidariedade, em diversos formatos. 

Para Juliane de Oliveira, coordenadora do abrigo e psicóloga do projeto Pana Brasil, a colaboração dessas pessoas é fundamental e ajuda a atenuar sentimentos que ficam ainda mais fortes em tempos de isolamento social.

A psicóloga Juliane de Oliveira (à dir.), coordenadora do abrigo, destaca a importância do voluntariado, especialmente no momento atual. (Foto: Alethea Rodrigues/MigraMundo)

“Somos uma equipe pequena e muitas vezes ficamos em função de suprir as vulnerabilidades de primeira necessidade. Considerando o estado de fragilidade emocional do refugiado decorrente das graves violações de direitos humanos onde se somam em seu caminho a separação de seus familiares, o recomeço do zero, a desconstrução de tudo que lhe era certo, os preconceitos sofridos, a profissão perdida, entre tantas outras dificuldades, um evento como esse vem como um abraço, como um momento de acolhimento. É uma colaboração muito importante”.


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