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sexta-feira, novembro 22, 2024

Crianças migrantes são tema da mensagem do Papa para o Dia Internacional do Migrante e do Refugiado

Crédito da foto: ACNUR

Neste domingo (15) a Igreja Católica lembra o Dia Mundial do Imigrante e do Refugiado. E para este ano, a questão das crianças desacompanhadas foi o tema escolhido para reflexão e chamar a atenção de fiéis e demais pessoas no mundo todo.

A carta do Papa Francisco, intitulada “Migrantes de menor idade, vulneráveis e sem voz”, começa com uma famosa passagem bíblica relacionada ao acolhimento às crianças. “Quem receber um destes meninos em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber, não Me recebe a Mim mas Àquele que Me enviou” (Mc 9, 37; cf. Mt 18, 5; Lc 9, 48; Jo 13, 20).

Leia aqui a íntegra da Carta (disponível em árabe, alemão, inglês, espanhol, francês, italiano, polonês e português)

A mensagem ressalta o fato de as crianças que migram desacompanhadas serem mais vulneráveis que os demais migrantes. Ao mesmo tempo, as crianças já representam nada menos que 51% dos refugiados e deslocados internos no mundo, de acordo com a edição 2015 do Global Trends – relatório divulgado anualmente pelo ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados).

“Por ocasião da ocorrência anual do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, sinto o dever de chamar a atenção para a realidade dos migrantes de menor idade, especialmente os deixados sozinhos, pedindo a todos para cuidarem das crianças que são três vezes mais vulneráveis – porque de menor idade, porque estrangeiras e porque indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar”, prossegue o papa em outro trecho da carta.

ONU tem chamado a atenção para o problema das crianças imigrantes.
Crédito: ACNUR

Os números do ACNUR e de outras organizações internacionais são ilustrados de forma dramática por imagens como a menino Aylan, encontrado morto em uma praia na Turquia em setembro de 2015. Embora o fato tenha chocado a opinião pública global, pouco ou nada mudou a situação das crianças e jovens que ainda são obrigados a migrarem sozinhas – novas vítimas continuam a surgir dia a dia.

“Por isso, é absolutamente necessário enfrentar, nos países de origem, as causas que provocam as migrações. Isto requer, como primeiro passo, o esforço de toda a Comunidade Internacional para extinguir os conflitos e as violências que constringem as pessoas a fugir. Além disso, impõe-se uma visão clarividente, capaz de prever programas adequados para as áreas atingidas pelas mais graves injustiças e instabilidades, para que se garanta a todos o acesso ao autêntico desenvolvimento que promova o bem de meninos e meninas, esperanças da humanidade”, ressalta outro trecho da carta do Papa.

Sobre a data

Oficialmente, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado começou a ser celebrado pela Igreja Católica em 21 de fevereiro de 1915, por iniciativa da Sagrada Congregação Consistorial. O objetivo era sensibilizar sobre o fenômeno da migração e a promoção de coleta em favor das obras pastorais para os emigrantes italianos e preparação dos missionários da emigração. Atualmente é celebrada no terceiro domingo do mês de janeiro – para 2017, ficou em 15 de janeiro.

Além dela, há o Dia Internacional do Imigrante (18 de dezembro) e o Dia Internacional do Refugiado (20 de junho), ambas instituídas pelas Nações Unidas. A primeira é uma referência à Convenção Internacional para a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 18 de dezembro de 1990; já a segunda data foi estabelecida pela mesma Assembleia por meio da resolução 55/76, de 2001.

No Brasil há ainda o Dia Nacional do Migrante, lembrado por alguns em 25 de junho e por outros em 1º de dezembro – a primeira costuma ser mais aceita como a correta.

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