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quinta-feira, dezembro 26, 2024

Exposição Aduana, em SP, questiona fronteiras e limites à circulação de pessoas

"Vidas humanas que cruzam fronteiras acabam sendo encaradas como números, com valor comercial", diz idealizador da mostra

Por Rodrigo Borges Delfim
Em São Paulo

Em um mundo considerado globalizado, por que mercadorias circulam livremente pelo mundo, enquanto pessoas encontram restrições? Existe diferença no tratamento dado a um determinado produto na alfândega e o que recebem migrantes nas fronteiras?

Essas são algumas das questões que a exposição Aduana, em cartaz em São Paulo, quer provocar e debater junto ao publico.

Aberta desde o dia 5 de novembro na Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera, zona leste), a mostra tem entrada gratuita. Ela foi desenvolvida pelo artista plástico e arte-educador Rafael Calixto e pelo designer e ilustrador Vini Meio.

A exposição tem como ponto de partida as razões e motivações, dores e perdas daqueles que são obrigados a se movimentar entre as fronteiras – descritas como linhas imaginárias traçadas, pelo poder, no solo do planeta Terra, além de encontrarem guerras e conflitos políticos e econômicos.

Exposição Aduana fica em cartaz até 14 de dezembro na Oficina Alberto Volpi, em São Paulo. Crédito: Vini Meio

Partindo dessa premissa, a exposição Aduana mostra os espaços como alfândegas, constantemente desumanizados durante a fiscalização da legalidade das mercadorias e as mudanças das relações entre o ser humano e territórios.

“Nesse sentido, as vidas humanas que cruzam fronteiras acabam sendo encaradas como números, com valor comercial”, resume Rafael Calixto ao MigraMundo.

A mostra foi concebida ao longo de três meses, combinado os diferentes estilos e formas de pesquisa da dupla. Em comum, o desejo de debater com a sociedade essa realidade e suas contradições.

“Olhamos para essas obras como disparadores de um diálogo. Queremos falar e ouvir sobre. Existe em nós uma vontade muito grande de poder trocar com mais e mais pessoas essas leituras que fizemos. Nossa vontade é levar a exposição para outros lugares, que possam trazer novos elementos para a conversa”, completa Calixto.

A exposição Aduana fica em cartaz na Oficina Cultural Alfredo Volpi até 14 de dezembro. O espaço faz parte das Oficinas Culturais, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. A gerência fica por conta da Poiesis, organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais.

Exposição – Aduana
Data:
de 5 de novembro a 14 de dezembro
Local: Oficina Cultural Alfredo Volpi – Rua Américo Salvador Novelli, 416, Itaquera, São Paulo (SP)
Horários: terça a sexta, das 10h às 21h30; Sábados, das 10h às 18h
Classificação indicativa: livre
Entrada: gratuita
Telefone: (11) 2205-5180 | 2056-5028
www.oficinasculturais.org.br

Desumanização é uma das críticas feitas pela exposição Aduana, em São Paulo. Crédito: Vini Meio

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