Os haitianos que chegaram ao Brasil nos últimos anos deixaram um pouco de lado os problemas que enfrentam no cotidiano e celebraram, no último final de semana, aquela que é considerada a data mais importante do calendário haitiano: a Festa da Bandeira do Haiti.
Celebrada oficialmente em 18 de maio, a festa é uma data importantíssima no longo processo da revolução haitiana, que seguiu de 1791 a 1804. A criação da bandeira também marca a independência haitiana e a criação da primeira república negra do mundo, proclamada no início de 1804. “Festejamos a data com música, dança, meditações e discursos”, explica Andy Plancher, acadêmico da área da saúde, em entrevista ao site da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) de Foz do Iguaçu (PR).
Neste ano o dia caiu em plena segunda-feira, mas para os haitianos foi um mero detalhe contornado de forma bem simples: festejar ao longo do final de semana, entre os dias 16 e 17 – e estendendo os trabalhos até a segunda-feira, quando possível.
O resultado dessas mobilizações Brasil afora foi a realização de diversos eventos organizados por entidades dos próprios haitianos ou por instituições parceiras das comunidades migrantes. Saiba como foram alguns deles:
Em São Paulo, local de acolhida e festa
Na capital paulista, centenas de haitianos, convidados brasileiros e membros de entidades humanitárias que os apoiam, estiveram reunidos no auditório da Missão Paz, na Paróquia Nossa Senhora da Paz. Foi a vez de os colchonetes que servem de leito improvisado à noite para imigrantes em situação vulnerável darem lugar a uma festa tão bonita quanto a de 2014.
O evento, que aconteceu no domingo (17), teve início com uma missa celebrada pelo padre haitiano Jean Dickson e em seguida contou com atividades musicais, gastronomia e atividades de integração. Estimativas da Missão Paz apontam que pelo menos 800 haitianos participaram da festa.
Outras cidades
Em Curitiba, a Associação dos Haitianos de Curitiba e a Casa Latino Americana (Casla) contaram com o apoio da Prefeitura local (por meio da Fundação Cultural de Curitiba e da Assessoria de Direitos Humanos do Gabinete do Prefeito), promoveram no sábado (16) um jogo de futebol entre haitianos e brasileiros. Depois de um empate no tempo normal, a vitória ficou com os haitianos depois de uma decisão por pênaltis, informa o portal Médium.
Já no dia seguinte foram promovidas atividades gastronômicas e culturais no Memorial de Curitiba, encerradas com uma missa já no final da tarde de domingo.
“Dar visibilidade a essa agenda fortalece as lideranças de defesa dos direitos humanos e é uma forma de combater a discriminação e a xenofobia (aversão a pessoas ou coisas estrangeiras)”, diz o assessor de Direitos Humanos da Prefeitura, Igo Martini.
Já no Rio de Janeiro, as comemorações contaram com um reforço de peso. O ex-jogador brasileiro Zico visitou a Escola Municipal Haiti, local onde estudou quando criança, em iniciativa do site Haiti Aqui.
O portal é um projeto da ONG Viva Rio, que auxilia os imigrantes haitianos no Brasil com oportunidades de emprego e informações detalhadas para a obtenção de documentos como identidade, CPF e carteira de trabalho.
Com informações da Prefeitura de Curitiba (PR), blog do Miguel Ahumada, Missão Paz ,Unila e Medium