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quarta-feira, dezembro 11, 2024

Grupos de estudantes brasileiros são premiados pela ONU por ações e soluções para refugiados

Projetos elaborados por estudantes da Facamp, UFPel e parceria entre graduandos internacionais estão entre as ações reconhecidas pelas Nações Unidas

Três equipes de estudantes universitários brasileiros obtiveram reconhecimento das Nações Unidas pela apresentação de ações de comunicação e resoluções em prol de refugiados.

As iniciativas ocorrem anualmente em meio ao Desafio de Refugiados, uma campanha global promovida anualmente pelo ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) em meio ao MUN (Modelo das Nações Unidas). Nesse tipo de atividade, estudantes simulam o funcionamento das assembleias e outros eventos da ONU, nos quais elaboram resoluções para resolver questões internacionais.

As melhores propostas sobre a questão do refúgio são divulgadas internacionalmente pelo ACNUR. Para 2021, a agência da ONU lançou quatro áreas temáticas para o Desafio: os impactos da pandemia da COVID-19 sobre a população refugiada, proteção dos direitos das mulheres refugiadas, apoio à inclusão social de refugiados e empoderamento por meio da tecnologia.

Um comitê de pessoas refugiadas e funcionários do ACNUR julgou as inscrições. No início de abril, foram concedidos oito prêmios e oito menções honrosas para as melhores resoluções, além de prêmios de comunicação e impacto social.

As equipes brasileiras tiveram dois vídeos premiados na categoria Melhor Comunicação e uma menção honrosa no tópico de discussão Covid-19 e Refugiados. Ao todo, foram concedidos oito prêmios e oito menções honrosas para as melhores resoluções, além de prêmios de comunicação e impacto social.

“Os alunos apresentam soluções surpreendentemente boas e inovadoras durante seus MUNs. Queríamos construir apoio aos refugiados e mostrar aos alunos que não apenas suas ideias importam para a ONU real, mas que elas têm potencial para serem implementadas”, explicou Pauline Eluère, que lidera o envolvimento dos jovens no ACNUR, em comunicado à imprensa.

Pelotas Model United Nations

Um dos vídeos premiados na categoria Melhor Comunicação foi produzido pelos organizadores do Pelotas Model United Nations, projeto dos estudantes do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul.

O objetivo do material era inspirar os delegados do MUN sobre a importância da inclusão das pessoas refugiadas nas comunidades de acolhida. O evento ocorreu na cidade gaúcha nos dias 23 e 24 de outubro de 2021.

“Foi um trabalho de algumas semanas e nós acreditávamos que tínhamos feito um trabalho muito bom. Hoje temos o sentimento de estar fazendo parte de algo maior”, contou o secretário administrativo do Pelotas MUN, Gustavo Ferreira, 20, em comunicado distribuído pelo ACNUR.

FAMUN

Também foi premiada a série de vídeos produzida pelos estudantes que integram o FACAMP Model UN – FAMUN, da Faculdade de Campinas, no interior paulista. Os estudantes publicaram nas redes sociais três entrevistas com refugiados que vivem na cidade e compartilharam suas experiências com o grupo. O material está disponível no perfil da FAMUN no Instagram.

O reconhecimento no Desafio dos Refugiados não é algo inédito para a FAMUN. Em 2020, ele foi a única equipe brasileira premiada entre todas as categorias, recebendo uma menção honrosa nas resoluções sobre o tópico “clima e deslocamento forçado”. O simulado brasileiro sugeriu a criação de um fundo especial para responder a situações de emergência geradas por desastres da natureza.

“Quisemos avançar um pouco na questão do desafio e focar nas redes sociais, para que os jovens pudessem se engajar mais. Por isso, fizemos alguns posts no Instagram do FAMUN de entrevistas com pessoas que trabalham na questão da migração e pessoas que trabalham no ACNUR. Esse engajamento nas redes sociais trouxe o prêmio em 2021”, conta Roberta.

O evento ocorreu de 4 a 7 de setembro de 2021, em formato totalmente online, e foi transmitido pelo canal da universidade no YouTube.

G20+6 MUN

Já a menção honrosa foi entregue ao G20+6 Mun, que reuniu uma equipe internacional de mais de 60 estudantes de 25 nacionalidades distintas. A iniciativa foi coordenada por Matheus Marques, estudante de Direito na Universidade de Minas Gerais, e Giulia Marras, graduanda em Relações Internacionais na Universidade de Siena, na Itália. 

No tópico de discussão “Covid-19 e refugiados”, eles recomendaram a construção de unidades de saúde nas fronteiras de países em conflito para divulgar informações sobre o novo coronavírus na primeira língua dos refugiados, além da entrega de equipamentos de proteção.

“Foi um momento muito especial. Conhecemos novas experiências e pessoas de todo o mundo, além de visitar países sem ter estado fisicamente lá. Foi uma oportunidade de pensar no nosso futuro, mesmo em um período desafiador”, afirmou Giulia, ao site do ACNUR.

Com informações de ACNUR, ONU News, UFPel e FAMUN.

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