A presença de haitianos no Brasil pode ser notada em diversos Estados, de Norte a Sul. E à medida que se estabelecem, os novos migrantes também pouco a pouco passam a se organizar e lutar pelos próprios direitos.
Um exemplo é o que acontece em Santa Catarina, onde estimativas extraoficiais apontam viver cerca de 5.000 haitianos, empregados especialmente na agroindústria e construção civil. Em todo o Estado são pelo menos seis associações de haitianos – Chapecó, Balneário Camboriú, Itapema, Brusque, Navegantes e Florianópolis.
Uma dessas entidades é a Associação dos Haitianos de Chapecó, criada em meados de 2014 e que já chegou a mobilizar cerca de 400 pessoas em um evento em praça pública na cidade. Estima-se que em torno de 2.000 haitianos morem na cidade, a maior do oeste catarinense e com forte tradição agroindustrial. Parte deles vive no bairro Efapi, onde a presença é facilmente notada e pode-se avistar com a facilidade uma unidade da Aurora, empresa que conta com dezenas de haitianos em seu quadro de funcionários.
O MigraMundo acompanhou uma das reuniões da associação, que acontecem na sala da casa de Jean Innocent Monfiston, o atual presidente. Além dele, outros três haitianos se dividem na diretoria com as funções de tesoureiro, vice-presidente e secretário. Nessas reuniões, a diretoria e os demais participantes debatem sobre como reivindicar melhores condições de trabalho, tratam de eventuais pendências envolvendo os membros, combinam novos eventos, entre outros assuntos.
“Com a associação, passam a olhar e tratar a gente de outra maneira”, explica Monfiston sobre a importância da organização. E a ideia é expandir e se conectar com outras associações existentes ou que venham a ser criadas, com o intuito de formar uma federação que reúna essas associações locais. “Quero o bem dos haitianos aqui, uma Federação em Santa Catarina”, completa.
A Associação de Chapecó já promove atividades culturais e pretende fazer outras ao longo deste ano. E uma delas será a Festa da Bandeira do Haiti, que será celebrada nos dias 16 e 17 de maio, a exemplo de outras comunidades de haitianos espalhadas pelo Brasil.
Com colaboração de Luís Felipe Aires Magalhães
[…] Via MIGRAMUNDO […]
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