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terça-feira, dezembro 10, 2024

Mapeamento Colaborativo contabiliza ao menos 73 iniciativas relativas a imigrantes em São Paulo

Levantamento realizado desde 2015 tem como objetivo melhorar o acesso à informação sobre a população imigrante na capital paulista. Gestão municipal deve criar em breve mecanismos de atualização desse mapeamento

Quais são as organizações e iniciativas em atividade em São Paulo que lidam com imigrantes, em áreas diversas como cultura, educação, serviços sociais e mais? Ter ao menos uma noção desse conjunto fica mais simples a partir de um novo mapeamento promovido pela Prefeitura da capital paulista.

Ao todo, são 73 iniciativas inseridas nesse mapeamento, feito a partir de um formulário disponibilizado pela Prefeitura de São Paulo entre setembro e outubro de 2022. Em seguida, as informações coletadas passaram por uma fase de conferência, para verificação e retirada de dados e registros duplicados.

O mapeamento tem sido feito pela gestão municipal desde 2015. E ao contrário das edições anteriores, a nova edição está disponível de forma interativa, em um site que traz tanto um breve perfil de cada iniciativa cadastrada quanto sua localização e setor no qual se encaixa (acessível por este link e também pelo QR Code disponível na imagem que ilustra este texto).

No portal, as iniciativas estão organizadas dentro de quatro grandes grupos — gastronomia, feiras culturais, grupos em geral e canais de comunicação.

Fortalecendo as associações

O lançamento oficial do Mapeamento Colaborativo ocorreu em 20 de outubro, em evento no auditório da SMDHC (Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania). Ele contou com a presença de diversos representantes de iniciativas que constam na plataforma.

“Existe uma relação importante entre a rede pública de atendimento e as organizações sociais e não governamentais dentro de cada território da cidade. O atendimento em rede é uma diretriz fundamental para a garantia e prevenção de violações de direitos. Portanto, o Mapeamento Colaborativo vem para fortalecer essa atuação, visibilizando qual é o foco das organizações e grupos e onde estão localizados”, aponta Bryan Rodas, atual Coordenador de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente da Prefeitura. A equipe é um dos braços da SMDHC.

Um elemento positivo destacado pela Coordenação foi a inclusão de canais de comunicação ou mídias sociais migrantes. O objetivo foi o de entender a existência dessas inicativas para que as comunidades se comuniquem e se informem de assuntos de interesse próprios, como expressões culturais e religiosas. O MigraMundo, site de jornalismo independente sobre migrações, é uma das ações que constam nesse mapeamento.

Outro aspecto observado pelo novo levantamento foi um número de iniciativas e projetos inscritos em um número menor que a versão anterior, lançada em 2019. Em 2015 foram coletados 59 grupos, 14 cursos de português e 6 feiras; já em 2016 foram 83 grupos e 6 feiras; e em 2018, 70 grupos, 10 cursos e 6 feiras.

A Coordenação ressalta que o mapeamento reflete a dinamicidade intrínseca à migração, que se reflete na variação das iniciativas cadastradas ao longo das atualizações do projeto. E aposta na maior divulgação da página web e de sua visibilidade para que ela represente o melhor possível a realidade de organizações e coletivos existentes na cidade.

Novos dados e atualização

A atualização anual do mapeamento está prevista na Política Municipal para a População Imigrante da Cidade de São Paulo, instituída pela Lei Municipal 16.478/2016. A iniciativa também está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

A expectativa é que até janeiro do próximo ano esteja disponível um canal que permita a inscrição de novos grupos e projetos, bem como a atualização dos dados já inseridos. Neste momento, eventuais mudanças, correções ou ajustes das iniciativas já cadastradas podem ser encaminhadas por e-mail para o endereço [email protected]

“Esperamos poder melhorar o acesso à informação sobre a população imigrante. Por enquanto, o objetivo é poder melhorar a base de dados, incentivando que mais grupos e projetos que atuam na área possam se inscrever. E, que assim, haja mais conhecimento e visibilidade sobre a atuação destes, principalmente dos projetos que imigrantes lideram”, completa Ana León, assessora da Coordenação.

Segundo a Prefeitura, a partir de dados fornecidos pela Polícia Federal, 361.201 migrantes viviam na capital paulista em 2019. Já outro levantamento feito pelo MigraCidades, uma plataforma de diagnósticos sobre migração com o apoio da OIM, de 2021, apontou 376.156 migrantes na cidade. Nele, bolivianos (27%), chineses (7%) e haitianos (6%) figuraram como as maiores comunidades.

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