Por Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs
Segundo a Guarda Costeira italiana, no período de janeiro a novembro/2016, os imigrantes desembarcados nas costas da Itália ultrapassaram a cifra de 153 mil. Isso supera o número dos que chegaram durante todo o ano anterior, estabelecendo um novo recorde.
. Sua origem inclui a África subsaariana, o Oriente Médio e alguns países da Ásia.
As autoridades e a polícia francesa acabam de desalojar os milhares de imigrantes que ocupavam o “acampamento” de Calais, ao norte do país, às margens do canal da Mancha. A grande maioria tinha como sonho alcançar a Inglaterra. Foram levados para diversos alojamentos espalhados no território francês.
Em um pequeno município do interior da Itália, a população local construiu uma barricada para impedir que 12 mulheres e 8 crianças imigrantes fossem recebidas, conforme pretendiam as autoridades. O pequeno grupo foi transferido para outra localidade.
Com a dificuldade de obter o visto legal para os Estados Unidos, um crescente número de asiáticos opta por um percurso mais longo: Dirigem-se ao México, onde pressionam a fronteira com os EUA. Destacam-se, entre outros países, os imigrantes provenientes da Índia, China, Bangladesh.
Cresce igualmente o número de haitianos e africanos de vários países que, nas últimas semanas, se aglomeram na cidade fronteiriça de Tijuana (México), tentando cruzar para o outro lado, no Estado da Califórnia.
Tudo isso contribui para aumentar a pressão dos mais de 400 mil (entre latino-americanos e outros) que, no decorrer de 2016, tentaram cruzar a mesma fronteira rumo aos Estados Unidos.
Resulta como conclusão que nada – nem muros, nem ameaças, nem leis anti-migratórias – é capaz de deter os que fogem da violência e da pobreza para buscar “um lugar ao sol”. Contra setores sociais cerrados e discriminatórios, segue de pé o direito de ir-e-vir, correspondente ao direito de permanecer no próprio país.
Roma, 3 de novembro de 2016