Seminário debateu temas como acesso a serviços públicos e justiça, discriminação e xenofobia, aspectos psicológicos do deslocamento, educação, cultura e produção artística
Por Glória Branco
De São Paulo
O auditório da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, na capital paulistana, foi o local escolhido para a realização do Seminário Internacional sobre Migração, Refúgio e Deslocamentos, organizado pela BibliASPA entre os dias 30 de março e 01 de abril.
Debatendo pontos importantes como acesso a serviços públicos e justiça, discriminação e xenofobia, aspectos psicológicos do deslocamento, educação, cultura e produção artística o seminário foi uma oportunidade de promover o diálogo intercultural, o intercâmbio de conhecimento e o respeito mútuo altercado pelos seus palestrantes nas oito mesas ocorridas durante o evento.
Com o apoio da Unesco e do Instituto de Estudos Avançados da USP, o seminário contou com a participação de diversos especialistas nacionais e internacionais de 10 países diferentes. Outro aspecto significativo do seminário foi o incentivo para o protagonismo dos imigrantes e refugiados que enriqueceram os painéis com amplo patrimônio intelectual e cultural. Desde apresentações musicais a recitação de poesias, a expressão artística foi valorizada como uma ferramenta de difusão de novos saberes e de amizade entre os povos.
Todas as mesas de debate eram abertas a participação do público e ao final de cada dia era promovida uma sessão de discussão com desdobramentos de como efetivar ações concretas para solucionar problemas que afetam diretamente aos imigrantes e refugiados. Entre essas ações, foi estabelecida uma força-tarefa em prol da desburocratização na validação de diplomas estrangeiros. Além disso, o seminário inaugurou uma nova linha de pesquisa e reflexão na BibliASPA que se propõe a pensar as questões que envolvem a educação e suas problemáticas para refugiados e imigrantes.
“Precisamos avançar na discussão que envolve a validação de diplomas e pensar em novas formas de ação para um resultado mais satisfatório”, enfatizou Paulo Daniel Farah, diretor da BibliASPA. “O Brasil está perdendo uma grande contribuição em conhecimento com a impossibilidade de atuação de refugiados e imigrantes altamente qualificados”, completou.
Os próximos passos desse trabalho pode ser acompanhado por qualquer cidadão interessado no tema através da participação nos fóruns de discussão e pelo site da BibliASPA. Em breve, o conteúdo do seminário também estará disponível no site da instituição.
Glória Branco é jornalista com especializações em marketing e Relações Internacionais. É diretora da La Gringa Comunicação e, além do MigraMundo, atua como voluntária no Coletivo Maria (que defende causas feministas).