Por Eleonora Silanus
Um projeto bem interessante para os migrantes e as pessoas que se interessam por questões migratórias se chama Comix4Equality, que está sendo realizado na Europa. Ele busca promover o desenvolvimento de uma sociedade europeia que respeite os direitos fundamentais e que combata qualquer forma de intolerância com o trabalho de artistas migrantes.
O Comix4Equality começou a ser financiado pelo Programa direitos fundamentais e cidadania da União Europeia no ano 2012 e está sendo gerenciado pela associação de cooperação internacional Africa e Mediterraneo (Itália), em colaboração com os parceiros NGO Mondo (Estônia), Workshop for Civic Initiatives Foundation (Bulgária), ARCA (Romênia) and Grafiskie stasti (Letônia).
O Comix4Equality quer desenvolver o diálogo e a compreensão recíprocas por meio de produtos artísticos como quadrinhos. Os artistas são muitos, com somente uma característica em comum: a condição de migrante, de primeira ou segunda geração.
As atividades principais são o premio ComiX4=Comix for Equality Award, o site www.comix4equality.eu, um livro com 80 páginas dos melhores quadrinhos e uma mostra itinerante em vários países da Europa. Além disso, Comix4Equality ganhou o Intercultural Innovation Awards 2014.
No site é possível ver todos os quadrinhos feitos: o trabalho é de qualidade, bem interessante e com muitas possibilidades para reflexão. Os participantes entendem mostrar e descrever a vulnerabilidade dos migrantes na chegada e permanência na Europa.
Os temas e situações tratadas nos quadrinhos são diversos, englobando estereótipos, historias de migrações e luta contra o racismo. Por exemplo, a sala de espera no posto da polícia no aguardo para pedir os documentos; ou a chegada ao aeroporto com algumas dicas para entrar sem grandes problemas.
A posição dos migrantes na Europa é muito problemática, e com as últimas evoluções da missão denominada Mare Nostrum (que era feita pela Marinha italiana no mar Mediterrâneo) infelizmente nada parece melhorar. A missão de ajuda dos migrantes que naufragam no mar terminou, e foi substituída pela missão Triton, que prevê a ajuda somente para os navios de migrantes encontrados a 30 milhas a partir da costa italiana.
Por outro lado, são muitas as iniciativas patrocinadas pela União Europeia cujo objetivo é divulgar e apresentar a comunidade de migrantes não apenas como uma ameaça, mas como uma comunidade de pessoas com a mesma exigência dos franceses, ingleses e italianos: achar um lugar no mundo onde morar com a dignidade e o reconhecimento dos direitos sociais que tornam a vida digna de ser vivida. A única diferença entre pessoas com cidadania diferente é que algumas já se encontram neste lugar, devendo as outras atravessar continentes em situações de perigo e deixar tudo o que conhecem para trás em busca de uma vida melhor num outro País – que, na pior das hipóteses, tenta evitar assumir as suas responsabilidades pela morte de centenas de pessoas que todos os anos perdem a sua vida no mar.