Japoneses, brasileiros descendentes e demais fãs da cultura japonesa lotaram o auditório da Associação Hokkaido de Cultura e Assistência, em São Paulo, para mais uma edição do Natsu Matsuri (Festival de Verão).
O evento é promovido anualmente pela ASEBEX (Associação Brasileira de Ex-Bolsistas no Japão), por meio do Koshukai, seminário preparatório para futuros bolsistas no Japão e que acontece sempre no mês de janeiro. Desse evento sai a comissão responsável pela organização do Natsu Matsuri no mesmo ano, cuja arrecadação vai para um fundo de emergência para futuros bolsistas brasileiros que já estudam ou pretendem estudar no Japão (tanto descendentes diretos como estudantes sem qualquer ascendência japonesa).
Além de financiar e dar suporte aos estudantes no Japão, o Natsu Matsuri organizado pela ASEBEX procura a promover a união entre os futuros bolsistas e familiares, cultivar a cultura japonesa no Brasil e apresentar as tradições para os simpatizantes do Japão. Estimativas da organização apontam que, em média, 1.000 pessoas acompanham o Natsu Matsuri anualmente.
“Com esse tipo de evento a gente contribui com a cultura japonesa e tem a oportunidade de divulgar essas bolsas, ainda pouco conhecidas fora da comunidade japonesa. E assim, conseguir mais pessoas mais interessadas em conhecer o Japão, estudar lá e atingir outros públicos”, destaca Carolina Kano, sansei (neta de japoneses), ex-bolsista e atual presidente da ASEBEX.
Já Denise Nishioka, também sansei e atual vice-presidente da ASEBEX, lembra a importância de o festival reforçar os laços com a terra natal dos antepassados. “Essa cultura precisa ser repassada à nossa geração e às futuras. Esse Matsu Matsuri retoma muito as festas lá do Japão e a gente tenta trazer tudo o que tem lá para cá”.
Porta aberta para os brasileiros
Nas apresentações e nas equipes de apoio do Natsu Matsuri era possível notar a presença de brasileiros sem qualquer ligação familiar com o Japão, mas que viraram fãs e ajudam os descendentes na tarefa de preservar e passar adiante as tradições japonesas.
De ascendência árabe e alemã, a desginer Gabriel Bechara Zilig é uma das bolsistas assistidas pela ASEBEX. Ela vê no Matsu Matsuri uma atividade mais familiar, diferente do que é visto geralmente no cotidiano. “A gente vê muito o comércio e não tem tanto contato com as comunidades, vê apenas o superficial. Esse evento é mais família, ajuda a te trazer mais para dentro”.
Já o estudante de engenharia Renato Araújo começou a ter contato com a cultura japonesa por meio de amigos japoneses que fez na faculdade. O interesse o levou a estudar japonês por conta própria e a acompanhar eventos relacionados ao Japão sempre que possível. “É uma oportunidade deles se reunirem, compartilhar um pouco mais sobre a cultura deles e mostrar também para os demais (brasileiros e outras nacionalidades) como são os hábitos tradicionais, os costumes, entre outros”.