Atualizado em 19/05/2025
O dia 18 de maio pode ser um dia corriqueiro para os brasileiros, mas é uma data da maior importância para os haitianos. Nela é celebrada o Dia da Bandeira do Haiti, um marco no processo de independência da França, país do qual foi colônia.
Uma das versões mais aceitas é que exatamente em 18 de maio de 1803, durante o Congresso de Arcahaie, Jean Jacques-Dessalines – que seria responsável por proclamar a independência do Haiti – rasgou a parte central da bandeira francesa e e pediu para Catherine Flon costurá-la somente com o azul e o vermelho, como prova de união entre os negros e os mestiços para se engajarem na luta pela libertação e pela independência do país.
Nascia assim a bandeira do Haiti, país que viria a alcançar sua independência oficial em 1º de janeiro de 1804.
O Haiti entrou para a história como a primeira nação negra a se tornar independente no mundo e a primeira a se emancipar na América Latina e Caribe – no continente americano, o primeiro país foi os Estados Unidos, em 1776.
Além do azul e do vermelho, a bandeira haitiana recebeu anos mais tarde o brasão de armas do país, composto por um conjunto de armas que remetem ao desejo do povo haitiano de se libertar da colonização francesa, além de uma palmeira real. Junto com ela, o lema do país, “a união faz a força”.
A bandeira haitiana chegou a sofrer algumas mudanças ao longo da história. Durante a ditadura da família Duvalier (1964-1986), por exemplo, as cores eram o vermelho e o preto. Após o fim do período ditatorial, a bandeira haitiana voltou ao formato anterior, em vigor até hoje.

Crédito: Rodrigo Borges Delfim/MigraMundo – mai.2014
Essa união do povo haitiano, mesmo entre os dispersos mundo afora, fica bem evidente nas mobilizações para celebrar a bandeira. No Brasil não é diferente e a comunidade haitiana aproveita o próprio 18 de maio (quando possível) ou uma data próxima para também celebrar a festa da bandeira.
“É a primeira bandeira nacional costurada pelas mãos de uma mulher negra e erguida por pessoas negras. Por meio dela, a negritude se hasteou diante do mundo, olhando o colonialismo horizontalmente e de cabeça erguida, dando uma lição de humanidade, reivindicando a libertação dos povos negros sob o jugo colonial. A grandeza dessa bandeira não está apenas na sua formosura, mas sim na sua profundidade histórica e humana, uma das mais belas lições do ponto de vista do existencialismo negro, a afirmação da existência do ser-negro-no-mundo que precede a essência colonial, além da afirmação do humanismo diante do fracasso do universalismo ocidental”, definiu Handerson Joseph, haitiano e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional (UFRJ), em artigo especial para o MigraMundo sobre a importância da bandeira de seu país natal para os haitianos.
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