Nos últimos anos, um movimento conhecido como “êxodo juvenil” começou a ganhar bastante espaço. Trata-se do aumento do movimento de jovens que migram das suas cidades natais, muitas vezes mais afastadas, e vão para locais com mais oportunidades, seja para trabalhar ou estudar.
Este movimento é regido por uma série de fatores culturais, sociais e até mesmo econômicos. Muitos jovens, por exemplo, deixam suas cidades natais para estudar em instituições de renome, que não estão necessariamente localizadas nas “cidades grandes”, mas em áreas mais urbanas. Esta migração, muitas vezes, acontece com pessoas muito jovens, que acabaram de terminar o ensino médio.
Espalhadas pelo país, há várias cidades conhecidas como “cidades universitárias”, que levam esse nome justamente por abrigar estas universidades e serem tomadas por jovens que chegam de outros locais com o sonho de se graduar.
Segundo dados divulgados pelo jornal O GLOBO, a quantidade de alunos matriculados em Universidades Federais fora de seu estado de origem é alta. Para exemplificar, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) possui em torno de 20% das vagas ocupadas por alunos de outros estados. Já na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a porcentagem de alunos não-capixabas sobe para 23% do seu total.
Falando em oportunidades de trabalho e carreira, centros urbanos costumam oferecer mais opções de emprego e ascensão, além de apresentar salários melhores e mais chances de traçar, de fato, um plano de carreira. Além disso, existem algumas profissões que só encontram mercado em determinadas cidades, como nas grandes metrópoles.
Muitos jovens optam por deixar suas cidades natais pensando em traçar um plano de futuro a longo prazo, algo que talvez não seria possível na sua cidade natal. Aliado a isso, um aspecto mais social também entra em questão.
Em outras cidades, os jovens acabam vivenciando um contato cultural com pessoas completamente diferentes e costumes que talvez não eram tão comuns no local onde nasceram. Tanto pensando em um crescimento profissional como pessoal, muitos optam por cidades diferenciadas e com uma ampla gama cultural para conseguir expandir ainda mais os horizontes.
Muito desse movimento de “êxodo juvenil” é motivado pela globalização. Com a globalização e um “mundo mais conectado”, o acesso à informação permitiu que os jovens entendessem que existe um mundo “além da bolha” para buscar e traçar oportunidades melhores para sua educação, carreira e construção de vida pessoal.
Além da vontade de crescer e expandir nesses aspectos, alguns jovens se arriscam nessa mudança drástica, em busca de independência e autonomia. Migrar para uma nova cidade ou país é frequentemente visto como um passo para a construção de uma identidade independente.
Para essa mudança, muitos jovens precisam encarar alguns trajetos que podem ser considerados até mesmo longos, seja para chegar à faculdade ou ao local de trabalho. Para otimizar esse processo, é normal que a mudança definitiva seja vista como uma opção mais viável.
Nesse sentido, por exemplo, no caso de um estudante da Bahia, ir de ônibus para Salvador saindo de uma cidade metropolitana, como Lauro de Freitas, é bem mais viável do que ir para a capital saindo de uma cidade mais próxima do interior. Nestes casos, é sempre uma questão de praticidade.