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terça-feira, novembro 26, 2024

Seleções que estão na Copa do Mundo se manifestam em favor dos imigrantes no Qatar

Ao menos três seleções que disputam a Copa do Mundo de futebol no Qatar realizaram movimentos em apoio à população migrante ou criticaram as condições de vida em que vivem no país asiático

Além dos treinos programados para antes da estreia na Copa do Mundo, no Qatar a seleção holandesa de futebol tem agendado em sua programação uma reunião diferente: o time holandês irá se reunir com um grupo de 20 migrantes que auxiliaram na construção dos estádios para a Copa do Mundo na quinta-feira, de acordo com fala do seu treinador, Louis van Gaal.

A federação holandesa de futebol é uma das poucas associações que tem criticado abertamente as violações de direitos humanos no Qatar, o que inclui abusos sofridos pela população migrante no país empregada como força de trabalho para viabilizar o mundial no país asiático.

Assim, a KNVB organizou o encontro, que proporcionará aos jogadores entenderem um pouco mais sobre as condições de trabalho enfrentadas pela população migrante nos preparativos para o maior evento desportivo do mundo e possibilitará aos migrantes a possibilidade de se juntar aos jogadores no treinamento, conforme noticiado pela agência Reuters.

A iniciativa vem ao encontro de decisões recentes de outras seleções, como a da seleção da Austrália, que publicou em suas redes sociais um vídeo de seus jogadores sobre as condições de trabalho no Qatar, comentando sobre a difícil situação na implementação dos direitos da população migrante no país. “Estes trabalhadores migrantes que sofreram não são somente números. Como os migrantes que moldaram nosso país e nosso futebol, eles possuem a mesma coragem e determinação para construir uma vida melhor”, dizem os jogadores na produção.

Outra seleção que tem tido iniciativas em favor dos direitos humanos é a dinamarquesa, a qual recentemente foi banida pela Fifa de utilizar uniforme de treino com a frase “direitos humanos para todos”, por “razões técnicas”.

Até a presente data, a seleção brasileira não manifestou expressamente preocupações com relação aos direitos humanos no Qatar.

Um dos estádios erguidos para a Copa do Mundo no Qatar. (Foto: Anistia Internacional)

Desrespeito aos direitos de migrantes no Qatar

A escolha do Catar como sede da Copa do Mundo da Fifa 2022 tem sido criticada por diversas instituições vinculadas a direitos humanos, inclusive aquelas ligadas à migração internacional. A Human Rights Watch, uma das organizações internacionais de defesa de direitos humanos mais reconhecidas internacionalmente, publicou recentemente um guia para repórteres do mundo todo relatando questões vinculadas à proteção de direitos humanos no país, incluindo capítulos específicos sobre abusos sofridos por trabalhadores migrantes nos preparativos do evento.

Impulsionada pelo “boom” das obras para a Copa, a população atual do Qatar é de quase 2,9 milhões de pessoas, das quais 90% são nascidas fora do país. Outra estimativa aponta que 95% da força de trabalho no Qatar seja de migrantes internacionais advindos principalmente da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Sri Lanka.

Essa parcela da população está sujeita a condições precárias de trabalho. Segundo o jornal britânaico The Guardian, conforme publicação em fevereiro de 2021, cerca de 6.500 migrantes vieram a falecer na preparação do pais para a Copa do Mundo, iniciada em 2010.

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