Atualizado em 05/04/16
Ideias para mudar uma realidade, que ajudam a construir um mundo melhor. Parece utópico, mas existem programas e locais onde ações e assim podem se tornar reais. São projetos como esses que o Social Good Brasil LAB busca, e que podem ser empreendidos tanto por brasileiros como migrantes que vivem no Brasil. E as inscrições para este ano estão abertas até 17 de abril.
O Social Good Brasil é uma organização que promove o uso das tecnologias, novas mídias e do comportamento inovador para contribuir com a solução de problemas da sociedade. Já o LAB é o laboratório que ajuda a viabilizar tais projetos – e que nos últimos anos apoiou pelo menos três iniciativas que atuam diretamente com a inclusão social e empoderamento de migrantes: Alinha, Migraflix e Violência Não.
“Acredito que elas podem inspirar outras pessoas a trabalharem pelos direitos dos imigrantes, e trazerem suas ideias para o LAB. Também acredito no potencial que o LAB tem de formar uma rede de pessoas que trabalham para a mesma causa”, afirma Bárbara Basso, coordenadora das edições de 2015 e deste ano do LAB.
Para participar, basta produzir um vídeo simples (de no máximo 3 minutos) explicando o problema social que pretende solucionar (usando novas tecnologias), publicar no YouTube e responder a outras três perguntas no site do Social Good Brasil.
O prazo inicial era até 3 de abril, mas alguns candidatos encontraram dificuldades para finalizar o envio da proposta. Por isso, o período de inscrições foi prorrogado até o dia 17 do mesmo mês, dando nova chance para submeter a ideia de mudança social ao SGBL.
Clique aqui para se inscrever e veja mais informações no vídeo abaixo:
Participação migrante no Social Good Brasil LAB
Uma dessas ações apoiadas pelo LAB e que atuam junto a migrantes é a Alinha, vencedora da edição de 2014. Ela consiste em promover boas práticas na cadeia produtiva da moda, na qual muitos imigrantes encontram-se inseridos.
“[O LAB] Foi uma oportunidade incrível para mergulhar fundo na realidade e no problema social que tanto nos incomodava. E o Social Good serviu como uma grande ferramenta. Sendo desafiadas o tempo todo, nós conseguimos desenhar um modelo de atuação. Participamos de vários processos de validação que foram muitos importantes para tornar o que é a Alinha hoje. E a maior das coisas foi conhecer pessoas que, cada uma na sua área de atuação, estavam fazendo coisas para tornar este mundo um lugar melhor”, conclui a advogada Monyse Almeida, que fundou a iniciativa em conjunto com a amiga Dari Santos, que concilia o projeto com outra ação social, o Engajamundo. Depois do LAB, a Alinha foi escolhida para um novo programa de aceleração de negócios sociais, este patrocinado pela empresa Red Bull e com duração de 18 meses.
Outra iniciativa que marcou presença no LAB foi o Violência Não, apoiado na edição de 2015. Idealizado pelo comunicador boliviano Antonio Andrade, responsável pelos sites Bolívia Cultural e Planeta América Latina, o projeto visa encorajar o imigrante a combater e denunciar casos de violência que afetam sua comunidade. As denúncias são feitas de forma anônima e ajudam a compor um mapa interativo que serve como elemento de pressão da própria comunidade junto a outros indivíduos e em relação ao poder público.
Andrade ficou sabendo do programa por meio de uma amiga e incentiva que outros imigrantes e pessoas que pensam em atuar em favor dessa população também se inscrevam no LAB. “A participação no LAB foi fundamental para as aspirações do meu coletivo. Graças ao conhecimento adquirido, conseguimos hoje potencializar nossas ideias de forma mais coerente aos objetivos especificados”.
Já o Migraflix, que surgiu durante o LAB de 2015 a partir de um projeto apresentado pelo MigraMundo, utiliza o conhecimento cultural do imigrante – independente da situação migratória ou nacionalidade – como elemento facilitador da sua inserção econômica e social no país. Para tal, ele partilha de alguma habilidade nata (culinária, caligrafia, dança, música, entre outros) em workshops culturais dirigidos ao público brasileiro, nos quais 80% da renda obtida é revertida diretamente para o imigrante.
“Considerando a quantidade de necessidades que as comunidades migrantes têm no Brasil, tenho certeza que existem muitas iniciativas que podem ajudar este segmento da população. Muitas delas ainda estão no campo das ideias, mas o LAB pode ajudar a convertê-las em projetos concretos, impactando os imigrantes que moram no Brasil”, opina o empreendedor argentino Jonathan Berezovksy, cofundador do Migraflix e atual coordenador do projeto. “Como imigrante que mora há dois anos no Brasil, o LAB foi uma experiência muito interessante porque tive a oportunidade de conhecer projetos de quase todo o Brasil”, completa.
Os passos do Social Good Brasil LAB
As ideias selecionadas serão anunciadas em 25 de abril e submetidas a uma tarefa chamada de “desafio”, que vai qualificar as iniciativas que passarão para o LAB, a fase de encontros presenciais que ocorrerá de junho a outubro.
Os aprovados nessa etapa pagam uma taxa de R$ 800, cujo valor é em sua maior parte revertido para o chamado fundo-semente, que será entregue aos finalistas do LAB. No entanto, o LAB conta também com um programa de bolsas para permitir que boas ideias sejam apoiadas pelo programa, independente do pagamento da taxa de participação e das condições financeiras do idealizador.
Na etapa de encontros presenciais, que vão ocorrer em Florianópolis (SC), os projetos e seus idealizadores receberão apoio metodológico e humano, além de terem a oportunidade de formar o chamado networking – uma rede de contatos e conexões com algo ou alguém, de valor inestimável em qualquer ambiente.
“O LAB tem essa força de criar uma rede nacional de empreendedores que buscam gerar impactos similares”, reforça Bárbara.
O Social Good Brasil lançou ainda uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding) para ajudar empreendedores que, mesmo com iniciativas aprovadas para o LAB, encontram dificuldades para viabilizar a presença nos encontros previstos para Florianópolis. Basta acessar aqui.