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quinta-feira, abril 18, 2024

Mobilização de migrantes em prol dos haitianos e dos países de origem é belo exemplo para governos e sociedade

Um dia, foram os chilenos; em outro, os bolivianos; em um terceiro dia, foi a vez dos peruanos cozinharem voluntariamente para os haitianos recém-chegados a São Paulo que buscaram abrigo na Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Glicério, região central da capital. Isso sem falar em outras manifestações de apoio vindas de outras comunidades, como a italiana, que também forneceu refeições para os migrantes que chegavam à igreja.

Assim, as comunidades migrantes já estabelecidas em São Paulo vão prestando seu apoio e solidariedade aos migrantes haitianos que chegaram em maior número a São Paulo nas últimas semanas, em virtude do fechamento do abrigo em Brasileia, no Acre.

Membros da comunidade peruana servem almoço para imigrantes haitianos em São Paulo. Crédito: El Guia Latino
Membros da comunidade peruana servem almoço para imigrantes haitianos em São Paulo.
Crédito:  Victor Gonzales/El Guia Latino

As iniciativas voluntárias dos migrantes se somam a de outras vindas de setores da sociedade mais sensíveis à questão migratória e servem de alento em meio às bravatas políticas e trocas de acusações entre governos em relação ao assunto. Além de amenizar as dificuldades enfrentadas pelos migrantes recém-chegados a São Paulo, elas ajudam a lembrar que a questão envolve, sobretudo, seres humanos que têm o direito de lutar e ter condições de buscar uma vida melhor, independente de onde seja. E também que a legislação migratória nacional precisa ser atualizada de forma urgente, de modo que passe a zelar e reconheça os migrantes como parte da sociedade brasileira.

Mas a solidariedade dos migrantes não se restringe ao caso específico dos haitianos, tampouco fica restrita às fronteiras do Brasil. Dois belos exemplos, dados pelas comunidades chilena e boliviana, mostram que estar em outro país não significa virar as costas à terra natal.

Donativos contra as enchentes na Bolívia

Desde o começo deste ano, a Bolívia viu cidades inteiras ficarem submersas devido às fortes chuvas que atingiram o país, em especial no departamento de Beni. Segundo dados do governo boliviano, 47 mil famílias foram afetadas pelas chuvas, seja em cidades ou na zona rural, perdendo seus pertences, áreas de cultivo, entre outros bens.

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Estimada em pelo menos 200 mil pessoas, a comunidade boliviana em São Paulo mostrou sua força e se mobilizou para arrecadar donativos e enviá-los à Bolívia para ajudar a cidades atingidas pelas cheias. Cidadãos brasileiros também colaboraram com as doações e reforçaram a campanha “Bolivia Solidaria” liderada pela rádio Gigante Latino pela Asociación de Residentes Bolivianos (ADRB), de São Paulo. Depois de chegarem à cidade de Cochabamba, as doações foram encaminhadas no último dia 9 à localidade de Trinidad, no departamento de Beni, para serem entregues à Defesa Civil local. 

Donativos arrecadados no Brasil chegam à Bolívia. Crédito: Bolívia Cultural
Donativos arrecadados no Brasil chegam à Bolívia.
Crédito: Bolívia Cultural

A ajuda vinda do Brasil foi ainda destaque na imprensa boliviana, conforme pode ser visto no link abaixo:

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Tricotando por Valparaíso

A comunidade chilena também tem se mobilizado para ajudar as vítimas e desabrigados devido aos incêndios que atingiram a cidade de Valparaíso. Com esse objetivo, serão organizados três encontros intituladosTricotando por Valparaíso”, sendo o primeiro deles no próximo dia 30, a partir das 11h, na Casa 40 – Rua Bartolomeu de Gusmão, 40 – Vila Mariana, São Paulo (SP).

Durante os encontros,serão confeccionados quadrados de tricô ou crochet de 20 cm x 20 cm, que depois formarão mantas e cobertores a serem enviados para o Chile. Segundo os organizadores, por meio do tricô é enviada também a energia da pessoa que faz a peça. Com isso, além de mantas e cobertores, o objetivo é também mandar boas energias aos chilenos.

O portal Bolívia Cultural, além da mobilização em prol das vítimas das enchentes na Bolívia, também deu sua contribuição convocando a comunidade a enviar mensagens de apoio aos desabrigados pelos incêndios que atingiram a cidade chilena.

Exemplos como os que foram dados pelas comunidades migrantes de São Paulo devem servir como lição para toda a sociedade e também imitados por ela. E servem ainda como uma bela resposta para aqueles que preferem virar as costas ao país de origem quando imigram para outro país – um caso ainda comum entre certos brasileiros emigrados.

Com informações dos portais Bolívia Cultural e El Guia Latino

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