“Go home or face arrest” (“vão para casa ou enfrentem a prisão”). Este é o tom da nova campanha do governo britânico para tentar combater a imigração ilegal no país. Carros de som circularam em bairros de Londres na semana passada transmitindo o recado.
Comandado pelo Partido Conservador, o governo britânico vem tomando medidas para tentar reduzir o fluxo de imigrantes no país. No entanto, as ações têm gerado polêmica tanto dentro quanto fora do Reino Unido. A campanha nos bairro de Londres, por exemplo, foi alvo de críticas de integrantes do próprio governo. O ministro para Negócios, Inovação e Treinamento, Vince Cable, chamou a iniciativa de “estúpida e ofensiva”.
Mesmo dentro da mídia conservadora há restrições quanto às medidas adotadas pelo governo britânico. Um artigo da tradicional revista The Economist, de outubro de 2012, criticou as restrições impostas à entrada de estudantes estrangeiros em universidades britânicas, argumentando que elas espantam cérebros que tanto poderiam ajudar a economia como contribuir com os meios acadêmicos. O artigo cita ainda exemplos de países que vão na direção contrária da que tem adotado Londres, como Austrália e Canadá.
Tais medidas do governo britânico são, na verdade, mais um gesto para tentar agradar o eleitorado conservador que ameaça migrar para o Ukip, o Partido pela Independência do Reino Unido, com discurso abertamente anti-imigração.
Uma amostra da aceitação das posições anti-imigrantes por parte da sociedade britânica é o site Migration Watch UK, um portal que logo na página inicial identifica-se como “independente, voluntário e preocupado com a escala atual da imigração dentro do Reino Unido” e pede doações àqueles que são simpáticos à causa.
No site podem ser encontrados artigos e reportagens que tentam fundamentar a preocupação com o excesso de imigrantes no país, além de listar perguntas e respostas sobre o tema – claro, sempre com o viés anti-imigração.
Mesmo com estudos diversos mostrando que o impacto da imigração está bem longe de ser negativo, a retórica do medo criada em torno do tema ainda encontra forte apoio dentro e fora do Reino Unido. É uma amostra do quanto o debate ainda precisa evoluir tanto a nível local como nacional e global, independente se o país é considerado desenvolvido ou não.
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