Entre os dias 10 e 30 de abril a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) terá abertas inscrições para um processo seletivo voltado a migrantes internacionais em situação de refúgio ou de vulnerabilidade em seus países de origem. Ao todo serão 45 vagas, distribuídas em 26 opções de curso.
Segundo informações da Convest (Comissão Permanente para os Vestibulares) da Unicamp, os interessados deverão escolher uma opção única de curso e indicar em qual dos três idiomas oferecidos farão a prova (espanhol, inglês ou português). Para se inscrever no processo, é obrigatório estar cursando ou já ter concluído a graduação.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na página da Convest, acessível por este link. O processo seletivo, por sua vez, é composto por duas etapas:
1) Prova de Leitura e Interpretação de Textos (Plit), Prova de Conhecimentos Específicos (PCE) relativos às grandes áreas de conhecimento e Prova de Redação (PR);
2) análise de compatibilidade curricular.
A Plit e a PCE, obrigatórias para todos os candidatos, ocorrerão no dia 18 de maio de 2025, a partir das 13h (horário de Brasília) de forma online. Os candidatos aprovados ingressarão na Unicamp no segundo semestre.
Maiores informações podem ser obtidas a partir da página da Convest.
Diferenciais
Segundo os organizadores, o fato da prova ser no formato online, dispensando o deslocamento a um local físico, permite ampliar o acesso de estudantes não nacionais à Unicamp, inclusive para aqueles que ainda não estão em território brasileiro.
“Será a primeira vez que a Comvest aplicará uma prova de maneira online e que poderá ser realizada em diferentes países. A prova tem características peculiares. Uma delas é que os candidatos poderão escolher entre três idiomas para fazer o exame. As questões vão cobrar conteúdos gerais, necessários para ingresso no ensino superior, tais como uma base de matemática e cálculo, leitura e interpretação de texto e conhecimentos sobre o contexto internacional que passa, por exemplo, por temas como migrações e refúgio”, disse José Alves de Freitas Neto, diretor da Comvest, em entrevista ao Jornal da Unicamp.
Diferente de outros processos seletivos do gênero, o que está sendo promovido pela Unicamp permite que outras pessoas que não foram reconehcidas como refugiadas possam tentar o ingresso na universidade. “Isso é importante, pois para ser considerada refugiada, a pessoa precisa de uma documentação específica que demora bastante tempo pra ser emitida”, complementa a professora Ana Carolina Delfim Maciel, que preside a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na Unicamp.
Iniciativa do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, a CSVM visa tanto promover o acesso de pessoas em situação de refúgio no ensino superior quanto pesquisas e dados a respeito da temática. Atualmente 44 instituições brasileiras – incluindo a Unicamp – contam com essa cátedra.
Atualmente, a universidade paulista conta com 54 alunos provenientes de países como Síria, Irã, Cuba, Congo, Rússia, Afeganistão e Serra Leoa, entre outros – 44 deles encontram-se na graduação e 10, em cursos de pós-graduação. Números que devem crescer no próximo semestre com os aprovados no processo seletivo.
Com informações do Jornal da Unicamp
Quer receber notícias publicadas pelo MigraMundo diretamente no seu WhatsApp? Basta seguir nosso canal, acessível por este link
O MigraMundo depende do apoio de pessoas como você para manter seu trabalho. Acredita na nossa atuação? Considere a possibilidade de ser um de nossos doadores e faça parte da nossa campanha de financiamento recorrente