Evento acontece em 1º de setembro, em São Paulo; candidaturas podem ser feitas pessoalmente ou pela internet
Por Rodrigo Borges Delfim
Em São Paulo
Imigrantes que vivem em São Paulo e região já podem enviar candidaturas para a oitava edição do Festival de Música e Poesia do Imigrante – o prazo final é 15 agosto.
O evento é promovido pelo CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), em parceria com a Feira Kantuta, e acontece no próximo dia 1º de setembro, a partir das 12h, na Praça Kantuta – próxima à estação Armênia do metrô de São Paulo e ponto bem conhecido das comunidades migrantes da cidade.
O objetivo do festival é abrir espaço para toda a comunidade migrante – seja artistas e poetas já formados, seja pessoas que nunca se apresentaram em em público ou sequer pensavam em escrever uma poesia. O importante é usar a arte para compartilhar sobre sua experiência como imigrante.
As inscrições podem ser feitas pessoalmente na sede do CAMI – Alameda Nothmann, 485, Campos Elíseos, São Paulo – ou pela internet, por meio de formulário disponível neste link.
Para este ano o lema é “Por Direitos Iguais: Não me julgue antes de me conhecer!”, semelhante ao adotado pela Marcha dos Imigrantes de 2018. As poesias e canções inscritas devem ser inéditas e abordar pelo menos um desses temas:
- Promoção do trabalho digno;
- Pela igualdade de gênero;
- Pelo fim da discriminação e da xenofobia;
- Fronteiras livres
O CAMI informa que, ao se inscrever no festival, o candidato concorda que a obra postulada é inédita e de sua autoria, e também permite o uso de sua imagem para divulgação do evento nas mídias sociais, informativos e veículos de informação da instituição.
O festival distribui prêmios que vão de R$ 100 a R$ 500 para as poesias e músicas mais bem avaliadas.
Vencedoras de 2018
Em 2018, 23 candidatos apresentaram trabalhos no festival. O prêmio de melhor poesia ficou com Florência Manzoni Roca, transformista representada pelo boliviano Remberto Suárez Roca, que abordou tratou questões como diversidade de gênero e tudo que enfrenta como imigrante e ativista. Foi a sua primeira poesia autoral – veja abaixo um trecho da composição premiada:
“Basta de explotarme!
Florência Roca, transformista vivida pelo ativista boliviano Remberto Roca
Basta de humillarme!
De discriminarme! Reclame!
Donde están mis documentos?
Porque no me aceptan?
Porque no me respetan?
O será que es por mi gênero?…
Muchas mujeres son muertas aqui em Brasil por feminicidio!
Son Matratadas! Traficadas! Com crueldad!…
Como artista e transformista quiero dar um grito de visibilidad
que gracias ahora aqui mi ¡transformidad!
Quiero dar amor e alegria y paz para toda mi comunidad”
Na categoria música, a premiada no ano passado foi a cantora chilena Renata Fernanda Espoz Verez, que falou sobre pertencimento e ter liberdade de cruzar fronteiras.
“Vamos a conversar sobre las fronteras
Renata Verez, cantora chilena
Tu vives alá… yo vivo acá
Pero yo no naci aqui
Mis raíces estan cruzando la frontera, lejos de aqui
Yo quiero tener la liberdade de poder ama, donde yo quiera estar…”