Seja batalhando por espaço nas ruas da Liberdade sob sol forte em um fim de semana, ou ignorando a chuva no Museu da Imigração em outro, o público prestigiou as manifestações de uma cultura milenar que também marca presença e deixa seu legado em São Paulo.
Em dois finais de semana seguidos, a cidade teve oportunidade de conhecer e apreciar e se aproximar mais da cultura chinesa. E a resposta da sociedade aos eventos surpreendeu até os organizadores.
Primeira chance, na Liberdade
Entre os dias 21 e 22 de fevereiro, o bairro da Liberdade recebeu a décima edição da festa do Ano Novo Chinês, organizada pela Junior Chamber Internacional (JCI) Brasil-China. A expectativa da organização era de reunir cerca de 160 mil pessoas nos dois dias de festa – média de público semelhante a de edições anteriores. No entanto, segundo Kawai Cheung, presidente da JCI e organizador do Ano Novo Chinês em São Paulo, estimativas extraoficiais apontam para um público de pelo menos 200 mil pessoas apenas para o evento na Liberdade.
A festa ofereceu apresentações tradicionais chinesas de cultura e artes marciais, além da também famosa culinária e outras atrações.
A festa do ano Novo Chinês em São Paulo é considerada a maior do Brasil e uma das maiores do continente americano. E o tamanho da colônia chinesa é outro indicativo dessa grandeza. Estimativas da própria comunidade apontam para cerca de 300 mil pessoas vivendo só na capital paulista, concentradas em bairros como Pari, Bom Retiro, Aclimação e Mooca.
Segunda chance, no Museu da Imigração
Quem não foi ao bairro da Liberdade acompanhar as festividades do Ano Novo Chinês teve uma segunda chance no último sábado (28), no Museu da Imigração de São Paulo, que convidou a organização da festa na Liberdade a também promover atividades nas dependências do museu.
A tarde chuvosa até limitou algumas atividades no pátio externo do museu, mas não foi impeditivo para cerca de 200 pessoas que acompanharam as tradicionais danças do dragão e do leão, apresentações de artes marciais, workshops de culinária, palestras de feng-shui, entre outras atividades. A entrada para o evento foi gratuita.
Em breve o Museu pretende sediar e apoiar eventos culturais de outras comunidades migrantes de São Paulo, fortalecendo o vínculo com elas e consolidando uma abordagem que estabelece pontes entre o passado e o presente da temática migratória.
Tanto na Liberdade como no Museu da Imigração era possível notar a diversidade do público que acompanhou o Ano Novo chinês. Além da própria comunidade e seus descendentes, brasileiros que admiram a cultura chinesa compareceram em peso e tomaram parte nos eventos. Representantes de nacionalidades latinas, europeias e africanas também podiam ser notados.
E chega o ano da cabra
Os chineses seguem o calendário lunar, e cada ano é regido por um dos 12 animais do horóscopo chinês: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cachorro e javali.
O novo ano, iniciado oficialmente em 19 de fevereiro do calendário ocidental, é o de 4713 e tem como regente a cabra, terminando em 7 de fevereiro de 2016.
Para os chineses, o ano da cabra é de concretização, de conquistas. Eles consideram ainda que este será um ano produtivo, criativo e sensível, bom para estreitar relacionamentos familiares, com os amigos e criar novas amizades. E que essas amizades ignorem e desconheçam fronteiras e diferenças de origem, gênero e cultura.