O crescimento de casos de coronavírus no Brasil deve atrapalhar a circulação de cidadãos brasileiros mundo afora. Países europeus vão barrar a entrada de pessoas de países nos quais a pandemia esteja fora de controle.
A informação foi antecipada pelo blog do jornalista Jamil Chade e repercutiu pela imprensa brasileira ao longo da última quinta-feira (11). A medida deve ser adotada pelos países que fazem parte da União Europeia e /ou do Espaço Schengen — área de livre circulação dentro do continente europeu.
Entre os parâmetros que serão usados para permitir viajantes do exterior nos países europeus estão: número de novas infecções, tendência da epidemia (se está se expandindo ou foi controlada) e políticas dos governos para combater o coronavírus — como testes, rastreamento de contatos e medidas de prevenção de contágio.
Em nenhum desses critérios a situação vivida pelo Brasil pode ser vista como positiva. O país já é o segundo mais afetado pela pandemia, atrás somente dos Estados Unidos.
Segundo levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins, o Brasil tem mais de 772 mil casos confirmados da doença, com cerca de 40 mil mortes. A instituição, sediada nos Estados Unidos, é considerada referência mundial no monitoramento da pandemia.
Uma estimativa feita pela Casa Branca, sede do governo dos EUA, no entanto, aponta que o Brasil deve assumir a liderança mundial no ranking de casos de Covid-19 antes do final de agosto.
Em 24 de maio, o governo dos Estados Unidos já havia decidido vetar a entrada no país de viajantes procedentes do Brasil nos 14 dias anteriores à medida.
Incerteza e decepção
O atual presidente, Jair Bolsonaro, contou com grande apoio da comunidade brasileira no exterior nas eleições de 2018, obtendo 61% dos votos válidos no primeiro turno e 71% no segundo.
Embora o prestígio do capitão reformado continue alto junto aos brasileiros emigrados, já há quem repense o voto dado na eleição presidencial.
Reportagem do MigraMundo do último dia 18 de maio mostrou que a postura assumida pelo presidente diante da pandemia é o principal motivo para a mudança de opinião em relação ao eleito.
Antes ainda, em março de 2019, o MigraMundo mostrou os sentimentos diversos gerados na comunidade brasileira no exterior sobre declarações do presidente eleito em relação a imigrantes.
Ao lado de Trump, que tem como modelo, Bolsonaro chegou a dizer que “a grande maioria dos imigrantes em potencial não tem boas intenções nem quer fazer o bem ao povo americano”.
Restrições ao ingresso no Brasil
Vale lembrar que desde o final de março o Brasil também mantém suspenso o ingresso de pessoas de outros países em seu território. A medida, que foi renovada no fim de maio, se encontra válida até o final de junho. E ela ainda poderá ser prorrogada por recomendação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As exceções à entrada de pessoas de outros países no Brasil ficam por conta de:
- brasileiros natos ou naturalizados;
- imigrantes que tenham residência permanente no Brasil;
- profissionais estrangeiros em missão que estejam a serviço de organismo internacional;
- passageiros em trânsito internacional, desde que não saiam da área internacional do aeroporto e que o país de destino admita o seu ingresso;
- funcionários estrangeiros acreditado junto ao Governo brasileiro;
- estrangeiros que sejam cônjuges, companheiros, filhos, pais ou curadores de brasileiros;
- pessoas que tenham o ingresso autorizado pelo governo brasileiro ou sejam portadores do Registro Nacional Migratório.
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