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segunda-feira, dezembro 23, 2024

Comunicadores migrantes citam 5 pontos para que as informações cheguem às comunidades

Em live quinzenal, IPPMig e MigraMundo conversaram com comunicadores migrantes para entender como as informações podem ser melhor direcionadas para esse público

Uma série de cartilhas e materiais de apoio têm sido produzidas por entidades da sociedade civil, organizações internacionais e pelo setor público para orientar a população migrante no Brasil sobre direitos e deveres. Mas esse material de fato está chegando às populações que almeja alcançar? O que pode ser feito para melhorar esse fluxo, especialmente diante de problemas como a disseminação de informações falsas?

Esse foi o tema da live “Comunicar: como fazer com que as informações para migrantes cheguem aos migrantes”, transmitida pelo YouTube no último dia 2 de maio e promovida pelo IPPMig (Instituto de Políticas Públicas Migratórias) em conjunto com o MigraMundo. Os convidados para a conversa foram: o comunicador boliviano Antonio Andrade, fundador e diretor dos portais Bolívia Cultural e Planeta América Latina, em São Paulo; e a venezuelana Yesica Morais, comunicadora, pesquisadora em migração, historiadora e documentalista, baseada em Roraima.

Falta de identificação e preocupação com desinformação

Durante a conversa, ambos falaram das experiências como comunicadores junto às comunidades às quais pertencem e ao público externo. E concodaram que há uma distância considerável entre o que é produzido pel

“Existe muito material para as comunidades migrantes, mas poucas vezes o migrante é chamado para construir esses materiais. As políticas públicas enxergam o migrante como consumidor de conteúdo, mas não levam em conta suas especificdades”, ressalta Andrade. .

Morais concorda com Andrade e acrescenta: “É preciso kevar em conta as especificidades das culturas das comunidades migrantes. A identificação é uma questão bem importante”.

Partindo da vivência junto à comunidade boliviana, Andrade dá o exemplo de que se trata basicamente de um público jovem, que não necessariamente é impactado pelos conteúdos já produzidos. “Creio que da mesma foram que há uma comunicação para cada faixa etária, temos de adquar as campanhas para as diferentes comunidades migrantes. Pequenos detalhes podem ajudam bastante na interpretação das informações”.

Outro ponto levantado pelos dois comunicadores é a preocupação com a desinformação, que também afeta as comunidades migrantes.

“A desinformação é preocupante nas redes sociais e ter uma referência era importante. Nós como meios de comunicação somos validadores das informações, somos referência”, recorda Andrade. “Temos responsabilidade de entregar informação para o público. Temos de ter consciência do peso que carregamos”, complementa Morais.

Caminhos possíveis

A partir da vivência de ambos como comunicadores, tanto Yesica Morais quanto Antonio Andrade citaram cinco pontos, entrelaçados um ao outro, a serem levados em conta no desenvolvimento e implementação de campanhas e materiais informativos direcionados à comunidade migrante no Brasil.

  • Adequar as campanhas para cada público migrante para ser melhor absorvida – não basta a tradução;
  • comunicação visual própria;
  • Construção e verificação junto com o público-alvo;
  • Buscar identificação com o público migrante;
  • Formação de interlocutores e multiplicadores das informações contidas nas campanhas e materiais informativos

Além das dicas, os dois comunicadores migrantes ainda enfatizaram a importância de parcerias entre os diferentes veículos, de forma a criar uma atuação em rede que já se faz presente em outros setores e também entre entidades da sociedade civil.

“Vemos muitas parcerias no mundo artístico. Podemos também fazer o mesmo na comunidação, adaptar e melhorar as ferramentas que já temos”, recorda Morais.

Lives MigraMundo e IPPMig

O MigraMundo e o IPPMig estão promovendo, quinzenalmente, lives por meio do YouTube para debater temas diversos relacionados ao cenário das migrações no Brasil.

A série teve início em 7 de março, com a live “Vidas em Trânsito: a realidade e os desafios dos migrantes que cruzam o Darién”, que contou com a participação do Defensor Público Federal João Chaves, que acompanha de perto o debate migratório no Brasil.

Na segunda live da série, em 2 de abril o tema foi a próxima Comigrar e as etapas prévias que já tinham ocorrido. Essa transmissão contou com a participação do haitiano Esdras Hector, especialista em Cooperação Internacional e Políticas Públicas, bacharel em Direito e Relações Internacionais, e participante da primeira Comigrar.

Já no dia 16 de abril, o tema da vez foi a Lei de Migração, que completou sete anos de aprovação no mês passado. O debate contou com as presenças de Camila Asano, diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos, e Letícia Carvalho, coordenadora de advocacy da Missão Paz. Ambas acompanharam de perto as movimentações que levaram à aprovação da lei pelo Congresso Nacional.

A partir da segunda live, o MigraMundo passou ainda a produzir breves relatos das discussões realizadas. Novas transmissões serão anunciadas em breve.

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