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sexta-feira, dezembro 20, 2024

De imigrante para imigrante: ações e parcerias em São Paulo atenuam efeitos do coronavírus

Mesmo em situação vulnerável em relação a outras parcelas da população, imigrantes em São Paulo têm ações que ajudam a combater o coronavírus e seus efeitos; conheça algumas delas

Por Rodrigo Borges Delfim e Carolina Guagliano

Arrecadação e distribuição de alimentos e de kits de higiene, consultas online, rodas de conversa, dicas culturais… Essas e outras ações têm sido implementadas por imigrantes que vivem em São Paulo — em grupo ou de forma independente — e procuram fazer sua parte no esforço para conter a pandemia de coronavírus (Covid-19) e seus efeitos.

Isso mesmo considerando que imigrantes, especialmente aqueles em situação indocumentada, estão entre as populações mais vulneráveis aos efeitos — diretos e indiretos — do vírus.

Veja abaixo algumas dessas ações — e sobre como você pode colaborar com elas.

Bolívia Solidária

Essa mobilização inclui a comunidade boliviana, a mais numerosa entre os imigrantes que vivem em São Paulo. Por meio da campanha Bolívia Solidária, centenas de cestas básicas têm sido distribuídas a famílias em condição social vulnerável.

A campanha é conduzida por voluntários independentes ou que integram uma série de associações e coletivos da comunidade boliviana (veja aqui a lista completa). Ela conta ainda com apoio estratégico do CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), do Consulado-Geral da Bolívia em São Paulo e da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania.

O banner abaixo indica como qualquer pessoa pode colaborar com a campanha.

Uma das instituições integrantes da Bolívia Solidária é o coletivo Impacto Saúde, fundado em 2017. Ele reúne cerca de 50 profissionais do setor de saúde e vem promovendo ações diversas de conscientização a respeito do Covid-19.

O coletivo presta ainda atendimentos por videoconferência e por WhatsApp, além de acompanhamento psicológico — tudo isso 24 horas por dia.

https://www.facebook.com/photo?fbid=112639967050556&set=a.108469580800928

Soy Latino, Soy Solidario

Outras instituições tradicionalmente ligadas à temática migratória também têm promovido campanhas para obtenção de donativos. Uma delas é a PAL (Presença de América Latina), que atua em ações sociais e de empreendedorismo, entre outras ações.

Para responder ao novo coronavírus, a PAL lançou a campanha “Soy Latino, Soy Solidario”, que visa apoiar famílias de imigrantes que foram afetadas de forma mais séria pela pandemia.

“Este mês doamos, graças a todos vocês, 1.007 cestas básicas, a famílias que solicitaram, fizeram seu registro e inscrição, e que certificamos a necessidade de apoio”, informou a chilena Oriana Jara, presidente da PAL, por meio do Facebook.

Os dados para colaborar com a campanha seguem no banner abaixo.

África do Coração

Fundada e composta basicamente por imigrantes, a África do Coração é outra instituição a se somar aos esforços para atenuar os efeitos da pandemia. Recentemente a ONG entregou 55 cestas básicas e kits de higiene a famílias de imigrantes em situação vulnerável no centro de São Paulo.

A ação, que ocorreu no último dia 11 de abril, ainda visitou uma ocupação no centro de São Paulo, habitada basicamente por imigrantes. No local, além do cadastramento de famílias para futuras ações, a África do Coração e entidades parceiras ajudaram no cadastro para o auxílio emergencial. Vale lembrar que o benefício também se se estende a imigrantes, independente da situação documental.

A instituição busca apoio de outros parceiros para promover outras campanhas de distribuição de cestas básicas e outros artigos, como máscaras e produtos de higiene pessoal. Contatos podem ser feitos pelo email [email protected] ou WhatsApp (11) 96737-8710.

Entrega de doações de cestas básicas e kits de higiene em São Paulo pela África do Coração, ONG formada por imigrantes e refugiados
Entrega de doações de cestas básicas e kits de higiene em São Paulo pela África do Coração, ONG formada por imigrantes e refugiados.
(Foto: Divulgação/África do Coração)

Foco em mulheres migrantes

Há instituições que conduzem campanhas e ações que são voltadas especificamente para a demanda de mulheres migrantes em meio à pandemia.

A Equipe de Base Warmis – Convergência das Culturas também é outra instituição tocada por mulheres migrantes que tem feito sua parte para auxiliar quem está em situação vulnerável.

A campanha do coletivo visa apoiar especialmente mulheres imigrantes (mães solteiras, mulheres trans, pessoas com útero e não-binárias).

Veja abaixo os dados bancários para ajudar com a campanha (favor enviar o comprovante no e-mail [email protected])

Banco do Brasil
Ag. 3558-0
CC 21.851-0
Elvira Riba Hernández (CPF 233.715.718-07)

Além da campanha, as Warmis — como também são conhecidas — aproveitam as redes sociais para divulgar material de conscientização e prevenção sobre o coronavírus. Também há dicas culturais, entre filmes e gastronomia, para ajudar a atravessar a pandemia.

Outra instituição a focar na questão feminina é o CEMIR (Centro da Mulher Imigrante e Refugiada), em São Paulo. O trabalho é feito principalmente por meio de rodas de conversa —que migraram temporariamente para grupos de WhatsApp) em bairros da periferia de São Paulo e de municípios da região metropolitana.

Entre os assuntos nos grupos estão dicas de higienização e prevenção contra o Covid-19, bem como apoio na solicitação do auxílio emergencial e orientações sobre como evitar e denunciar situações de violência doméstica.

Além dessas ações, o CEMIR também conta com uma campanha de arrecadação de recursos para dar suporte às mulheres migrantes atendidas pela instituição.

Para retribuir acolhida

Retribuir a acolhida que receberam na chegada ao Brasil é o objetivo do casal de sírios Talal Al-Tinawi e Ghazal Baranbo com a distribuição de marmitas de comida árabe para pessoas em situação de vulnerabilidade social em São Paulo.

Responsável pelo Talal Culinária Síria, o casal já entregou pelo menos 900 refeições a idosos e pessoas em situação de rua. Além de recursos e empenho próprios, eles contam com a ajuda de pessoas que colaboram financeiramente para as marmitas.

A ajuda ocorre mesmo com Talal e Ghazal estando entre os imigrantes e refugiados que viram sua fonte de sustento sofrer grande impacto devido ao Covid-19. Isso porque vários deles têm a venda de comida e buffets como principal fonte de renda, afetada seriamente pelo cancelamento e adiamento de eventos em razão do novo coronavírus.

Qualquer pessoa pode contribuir com a iniciativa de distribuição de marmitas, por meio de depósito bancário. Ela também serve como meio de pagamento para quem quiser pedir e experimentar —por delivery — pratos e demais petiscos da culinária síria preparados pelo casal.

Banco Itaú
agência 0772
Conta 20928-4

Maiores informações podem ser obtidas por meio do celular/ WhatsApp (11) 96622-1305.


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