“Em todo o lugar tem um brasileiro?”, “Por que as pessoas migram?” e “O que faz alguém se sentir em casa?”. Essas são algumas das questões mais comuns quando pensamos na temática migratória. A instalação Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades tenta responder algumas dessas perguntas. Ou, ao menos, indicar caminhos, dada a complexidade desse universo. Essa é a proposta da nova exposição do Museu da Imigração, que fica na zona leste de São Paulo.
Esta é a primeira produção relacionada ao novo projeto curatorial da instituição, que busca ampliar o diálogo com a sociedade por meio de um trabalho colaborativo. O programa inclui migrantes, refugiados, visitantes, moradores do entorno do museu e especialistas. Segundo os organizadores, o objetivo é instigar o público a refletir sobre as ausências e as problemáticas que, normalmente, fazem parte das decisões de uma curadoria.
Sobre a exposição
A exposição Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades, em cartaz desde o último dia 6 de maio, se materializa como um convite para um pensar coletivo. São imagens, instalações, interatividade, peças do acervo e vídeo que expõe a complexidade da escolha dos caminhos do migrante e ajudam a conduzir os questionamentos do público.
De acordo com a diretora-executiva da instituição, Alessandra Almeida, “essas questões, que já fazem parte da nossa realidade, são uma mostra de que uma história única sobre os deslocamentos humanos nunca foi possível e que falar sobre migração é também uma possibilidade de voltar os olhos para dentro, reconhecendo-se nas múltiplas camadas e experiências que esse processo carrega”.
Novos projetos
A nova mostra marca o início da requalificação da exposição de longa duração Migrar: experiências, memórias e identidades. Aberta em 2014, junto com a reinauguração do Museu, o trabalho tem como objetivo apresentar aos visitantes os esforços de preservação e pesquisa realizados pela entidade a respeito de seu tema central.
Atualmente, a exposição está organizada em oito módulos que abordam o processo migratório como um fenômeno permanente na história da humanidade. E pensando justamente nessa contemporaneidade do tema, em breve, o projeto será atualizado de acordo com a nova conjuntura nacional e internacional das migrações.
O Museu da Imigração
Também conhecido como “Mi”, o Museu da Imigração do Estado de São Paulo é uma conquista não só da população paulista, mas de todo brasileiro. A instituição está localizada no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás e realiza um trabalho sério de preservação da história das pessoas que chegaram ao Brasil justamente nesse local. Ao mesmo tempo, explora as relações construídas, ao longo dos anos, com as diversas comunidades representativas da cidade e do estado.
Assim, como afirmam os organizadores, “é no entrelaçamento dessas memórias que se encontra a oportunidade única de compreender e refletir o processo migratório. Ao valorizar o encontro de múltiplas histórias e origens, propomos ao público o contato com as lembranças daquelas pessoas que vieram de terras distantes, suas condições de viagem, adaptação aos novos trabalhos e contribuição para a formação do que hoje chamamos de identidade paulista”.
Para além das exposições fixas e temporárias, o espaço conta com um lindo jardim, loja, café, auditório e eventos como a famosa Festa do Imigrante.
O Museu da Imigração fica na Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, na Mooca e está aberto de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h (fechamento da bilheteria às 17h). O ingresso custa 10 reais, estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada e crianças de até 7 anos não pagam. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos.
A exposição Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades está em cartaz até dezembro.
Estou interessado nas novas propostas do MI, como pcomo posso participar? Estou envolvido em projetos sobre migracoes internacionais.