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sexta-feira, julho 26, 2024

Exposições em cartaz em SP trazem olhares e reflexões sobre migrações

Unicamp, Museu da Imigração de São Paulo e Museu Judaico hospedam novas mostras com múltiplos olhares sobre o processo migratório

Ao menos quatro exposições ligadas à questão migratória e com a participação de migrantes estão em cartaz ou estreiam nesta semana em São Paulo e em Campinas, no interior paulista.

Seja a partir da fotografia ou de outros elementos artísticos, essas mostras ajudam a lançar novos olhares e a fomentar reflexões sobre a migração, seja ela forçada ou não.

Veja abaixo mais informações sobre cada uma das instalações:

Visíveis e invisíveis

Em Campinas (SP), em uma ação promovida pela Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) da Unicamp, estreia nesta quinta (10) a exposição “Visíveis e Invisíveis” ocupa o campus da Unicamp em Barão Geraldo com registros do fotojornalista brasileiro Yan Boechat, conhecido por acompanhar conflitos armados diversos.

As imagens retratam territórios e sujeitos vitimados por guerras e perseguições, ambas situações que obrigam pessoas a deixarem seus lares. As fotografias, impressas em painéis de grande formato, ocupam espaços estratégicos do campus visando aumentar a visibilidade sobre o refúgio e os deslocamentos forçados na contemporaneidade.

A curadoria ficou a cargo de Erika Zerwes e o projeto de mediação foi desenvolvido pelo coletivo Ponto Zero do Refúgio.

A exposição é uma iniciativa da Cátedra Sérgio Vieira de Mello/ACNUR/Unicamp e do grupo de pesquisa CINERE – Trajetórias sem Fronteiras CNPq/Unicamp e conta com o apoio da Unicamp, da Diretoria Executiva de Direitos Humanos, do Instituto de Artes, do Ponto Zero do Refúgio, da Biblioteca de Obras Raras Fausto Castilho e da Biblioteca Central César Lattes.

A abertura da exposição no campus da Unicamp, inclusive, contará com uma roda de conversa.

As imagens ficam expostas pelo campus da Unicamp até 5 de outubro.

Exposições no Museu da Imigração

Já no Museu da Imigração, na capital paulista, estreia no sábado (12), às 11h, a mostra “Chegança: Um lugar ao sol e um lugar ao sul”, com retratos feitos pela fotojornalista Sirli Freitas, vencedora do XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.

A produção abordará a imigração haitiana em um interior do Brasil frio e hostil, com duas obras diferentes da profissional, que se complementam em uma espécie de dialética, sendo uma como a antítese da outra. Assim, carregando de um lado a denúncia e do outro o anúncio, ambas, de forma inventiva, propõem novos imaginários, novas iconografias e novos pontos de vista para se olhar o real, acreditando que isso também o transforma.

O Museu da Imigração também apresenta até 29 de outubro a exposição “Onde o Arco-Íris se Esconde”, de Paulo Chavonga. Artista nascido em Angola e residente em São Paulo, Chavonga, através de histórias pessoais, busca retratar as experiências de vida de migrantes africanos no Brasil:

“Todo imigrante tem uma história e uma memória. Quero criar um olhar humano entre o brasileiro e o imigrante africano. Quero dar voz aos africanos. A mostra reúne também denúncias de xenofobia e racismo, o que tem levado à migração reversa, onde os imigrantes africanos saem do Brasil para outros países ou mesmo para retornarem para sua terra natal”, disse Chavonga, em fala compartilhada em comunicado de imprensa sobre a mostra.

Mostra no Museu Judaico

Outra exposição que acabou de entrar em cartaz é a mostra fotográfica “Marcelo Brodsky: Exílios, Escombros e Resistências”, no Museu Judaico de São Paulo, também na capital paulista. Ela faz uma retrospectiva da carreira do fotógrafo argentino, descendente de judeus russos emigrados, que começou a fotografar na década de 1980, período em que esteve exilado em Barcelona por conta da ditadura militar em seu país natal.

Na Espanha, enquanto cursava economia e fotografia, começou uma série de registros fotográficos em torno da imigração, tema presente em toda sua carreira.

No eixo “Exílios, o fotógrafo aborda problemas humanitários e a questão dos refugiados; em “Escombros”, o assunto é o ataque terrorista sofrido pela Asociación Mutual Israelita Argentina em 1994, que deixou 85 mortos; e em “Resistências”, Brodsky propõe uma nova perspectiva para além das histórias de violência captadas por suas lentes, como por exemplo: intervenções onde aparecem injustiças durante o período da ditadura na América Latina, questões de gênero e raciais nos Estados Unidos e no mundo afora.

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