Você já parou para pensar no que a vivência no exterior pode fazer com uma pessoa? Por que morar fora do país onde nasceu? E uma vez lá, como fica a relação com a terra natal?
Cada vez mais penso que o contato com uma cultura e sistemas de organização diferentes tem tanto o poder de expandir os horizontes e quebrar certos preconceitos e estereótipos como o de reforçá-los. Vai depender de cada um.
Abaixo temos dois exemplos totalmente opostos de brasileiros que viveram ou vivem no exterior e suas percepções. Um deles é de um homem, atualmente nos EUA, que divulgou um vídeo de desabafo na internet no qual expõe os motivos pelos quais não deseja voltar ao Brasil. Ele chega a adotar um tom de deboche e até ofensivo com os que vivem aqui, com direito a palavras de baixo calão. O vídeo já conta com mais de 1 milhão de visualizações no YouTube e uma série de apoiadores nos comentários.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=mH00NqcqKLU]
O outro é um post do jornalista Valter Hugo Muniz, publicado no blog Escrevo, Logo Existo. Com o título “Morar Fora? Pra quê?”, o texto trata da experiência dele ao passar por diversos locais no mundo, como Indonésia, Itália e Suíça. Além de defender que todo aquele que tenha condições deveria morar um tempo fora do Brasil, Valter argumenta que ele passou a valorizar ainda mais os pontos fortes da cultura materna após tal vivência.
É verdade que, diante de condições de vida mais favoráveis que outros países oferecem, é fácil ficar indignado com problemas que os brasileiros vivem cotidianamente. A questão é: o fato de estar longe dessa realidade permite a alguém debochar, tirar vantagem ou mesmo ofender quem aqui ainda vive? Esse tipo de postura, ao meu ver, só reforça estereótipos e preconceitos e em nada ajuda a mudar as mazelas que atingem os brasileiros.
Claro, fiquem à vontade para concordar com qualquer uma dessas formas de ver o mundo após uma temporada no exterior. Eu, particularmente, compartilho da opinião do amigo e colega Valter e fico 100% com o segundo exemplo.
Olá.
Acho que viver fora muda, sim, a perspectiva que alguém possa ter sobre a sua terra natal.
Eu sou de Moçambique e tenho estudado na África de Sul há já 5 anos. É claro que um país faz fronteira com o outro, e vou pra casa talvez 3 vezes ao ano, mas posso dizer que muita coisa mudou.
Se antes eu desprezava o meu país, cantava os seus problemas, acusava os seus presidentes… hoje, estando minimamente longe, observando tudo que acontece através das notícias e principalmente observando os problemas do país em que actualmente habito, hoje eu afirmo que o patriotismo ganhou um novo significado em mim.
Não só aprendi a apreciar a minha cultura, as coisas pequenas que me tornam Moçambicana, também aprendi a entender os problemas do meu país e tentar arranjar soluções para os resolver.
Realmente, viver fora é uma experiência que recomendaria a todos.
Fica bem,
Celma.
Eu morei “apenas” um ano fora do Brasil, na Alemanha – onde tudo e todos parecem funcionar com índices que nem mesmo outros europeus parecem chegar perto.
Mas com a consciência muito tranquila eu posso dizer que só ter bondes e ruas limpas não são o bastante para me convencer que morar lá é melhor. De muito serviu-me para expandir meus horizontes, e tentar ajudar esse país, de quem tanto senti saudades. E ainda há tanto a ser feito…
No meu blog pessoal eu escrevi (e ainda escrevo) alguns textos sobre meu intercâmbio http://leandro931.wordpress.com/tag/intercambio/