Crédito da imagem: RFS
Fotos de crianças sírias com monstrinhos do desenho Pokémon viralizaram nas redes sociais nesta semana. As imagens são parte de uma campanha lançada pelo RFS, grupo de oposição ao regime sírio, para chamar a atenção para o sofrimento que as crianças enfrentam, seja em meio à guerra, seja nos campos de refugiados.
As imagens mostram crianças sírias segurando cartazes com uma das criaturas imaginárias e uma mensagem pedindo ajuda. “Eu sou de Kafranbel, salvem-me”, diz um dos cartazes com o Pikachu. Artistas sírios em outros países também têm endossado a campanha, inseridos Pokémons chorando ao lado de ruínas ou de extremistas.
Um dos responsáveis pela campanha disse ao jornal britânico The Independent que “a cobertura midiática sobre o jogo os fez publicar as imagens para destacar o sofrimento do povo sírio por causa dos bombardeios comandados pelo presidente Bashar al-Assad”.
As circunstâncias nas quais as fotos foram feitas não estão totalmente claras. Segundo a BBC Brasil, o RFS ainda não respondeu um pedido para comentar sobre a nova campanha.
Segundo cifras da entidade Save the Children, nos últimos cinco anos quase 12 mil crianças foram mortas e mais de 2,3 menores foram obrigados a deixar o país. O total de mortos pela guerra no país, que se arrasta desde 2011, já passam de 250 mil. E segundo o ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, mais da metade da população síria foi deslocada para fora ou dentro das fronteiras do país por conta do conflito.
Sofrimentos e dores além da Síria
O ACNUR tem ainda outros dados alarmantes. De acordo com o relatório anual Global Trends (acesse aqui), em 2015, o número de crianças e jovens com menos de 18 anos correspondiam a 51% do número total de refugiados, sendo que quase cem mil estão desacompanhadas ou separadas de suas famílias. Este cenário pode ser ainda pior para o ano de 2016: o relatório “Danger every step of the way” da Unicef (acesse aqui), publicado recentemente, demonstra que mais de 92% das 7.567 crianças que cruzaram o Mediterrâneo com destino à Itália entre 1º de janeiro e 31 de maio de 2016 estavam desacompanhadas.
A infância roubada pelos conflitos mundo afora também transforma crianças em soldados, escravos sexuais e braçais. Ela também corre grande risco de ser perdida nas longas e perigosas travessias feitas por migrantes no mundo inteiro por uma série de razões – em mares, desertos, montanhas, entre outros. O caso do menino Aylan, embora tenha comovido o mundo em setembro de 2015, continua a se repetir aos montes, sem gerar a mesma comoção internacional e impacto que poderiam impulsionar mudanças.
A mensagem por trás dos retratos, compartilhados milhares de vezes – e que, ainda por cima, vão além das fronteiras sírias, é: se você pode passar tanto tempo tentando capturar uma criatura fictícia em um jogo, então por que você não pode fazer mais por crianças que estão crescendo em meio a uma guerra?
Com informações de BBC Brasil, Hypeness e The Independent
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