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domingo, dezembro 22, 2024

Seminário internacional une pesquisadores de Brasil, Uruguai e França em torno da questão do refúgio

2º Seminário “Refugiados Acadêmicos” tem como objetivo repensar as memórias do refúgio e as políticas de integração em diferentes contextos geopolíticos

Um conjunto de instituições de ensino superior de três países está juntando forças para realização de um seminário internacional que visa abordar questões relacionadas com o acolhimento e os desafios das pessoas em situação de refúgio num quadro académico e artístico. Dessa união nasce o 2º Seminário Internacional “Refugiados Académicos”, que se realizará de 26 a 29 de novembro de 2024 na França, em duas cidades ao mesmo tempo: Paris e Lille.

Integram essa aliança: Institut Convergences Migrations, Universidade de Paris Nanterre, Institut des Sciences du Politique, Sophiapol, Universidade de Lille, Sciences Po Lille, Clersé, Universidade Estadual de Campinas (Brasil), Universidade da República (Uruguai) e Établissement public Campus Condorcet.

O programa inclui conferências, oficinas e performances artísticas, reunindo pesquisadores, estudantes refugiados e palestrantes da França, Brasil e Uruguai. O evento tem como objetivo repensar as memórias do exílio e as políticas de integração em diferentes contextos geopolíticos.

“Nosso seminário inicia uma carreira internacional trazendo reflexões e proposições para um efetivo acolhimento de indivíduos em risco. Tal como o saber, a Universidade não deve ter fronteiras!”, explica a professora Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na Unicamp e atualmente também pesquisadora visitante na França.

Cartaz em francês sobre o 2º Seminário Internacional “Refugiados Académicos”, que acontece neste mês de novembro na França. (Foto: Reprodução)

Origens

Maciel explica que a ideia de refúgio acadêmico surgiu após o grupo fundamentalista Talibã retomar o poder no Afeganistão, logo depois que as tropas dos Estados Unidos deixaram o país. O fato gerou uma crise humanitária que persiste até hoje e leva pessoas a buscarem refúgio em outros locais.

O projeto ganhou impulso após fevereiro de 2022, quando a professora iniciou atividades como Fellow Internacional no Institut Convergences Migrations, e acompanhou o trabalho da instituição e de seus dirigentes e pesquisadores, notadamente Michel Agier, François Heran e Marie-Caroline Saglio Yatzimirsky.

Em novembro do mesmo ano, como resultado dessa articulação, aconteceu a primeira edição do evento, na Unicamp, reunindo pesquisadorea de Brasil e França, além de alunos a artistas em condição de deslocamento forçado. A atividade foi considerada um sucesso e desde então passou-se a trabalhar com uma segunda edição, o que de fato vai se tornar realidade dois anos depois – e desta vez em solo francês.

“Com o tempo nosso escopo foi ampliando e incluímos outras nacionalidades numa proposta de abrir as fronteiras da universidade para o acolhimento de alunos, pesquisadores e docentes em risco. A Unicamp foi a pioneira de um movimento que se expandiu para várias universidades brasileiras”, finaliza a pesquisadora e idealizadora do seminário.


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