Um conjunto de instituições de ensino superior de três países está juntando forças para realização de um seminário internacional que visa abordar questões relacionadas com o acolhimento e os desafios das pessoas em situação de refúgio num quadro académico e artístico. Dessa união nasce o 2º Seminário Internacional “Refugiados Académicos”, que se realizará de 26 a 29 de novembro de 2024 na França, em duas cidades ao mesmo tempo: Paris e Lille.
Integram essa aliança: Institut Convergences Migrations, Universidade de Paris Nanterre, Institut des Sciences du Politique, Sophiapol, Universidade de Lille, Sciences Po Lille, Clersé, Universidade Estadual de Campinas (Brasil), Universidade da República (Uruguai) e Établissement public Campus Condorcet.
O programa inclui conferências, oficinas e performances artísticas, reunindo pesquisadores, estudantes refugiados e palestrantes da França, Brasil e Uruguai. O evento tem como objetivo repensar as memórias do exílio e as políticas de integração em diferentes contextos geopolíticos.
“Nosso seminário inicia uma carreira internacional trazendo reflexões e proposições para um efetivo acolhimento de indivíduos em risco. Tal como o saber, a Universidade não deve ter fronteiras!”, explica a professora Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na Unicamp e atualmente também pesquisadora visitante na França.
Origens
Maciel explica que a ideia de refúgio acadêmico surgiu após o grupo fundamentalista Talibã retomar o poder no Afeganistão, logo depois que as tropas dos Estados Unidos deixaram o país. O fato gerou uma crise humanitária que persiste até hoje e leva pessoas a buscarem refúgio em outros locais.
O projeto ganhou impulso após fevereiro de 2022, quando a professora iniciou atividades como Fellow Internacional no Institut Convergences Migrations, e acompanhou o trabalho da instituição e de seus dirigentes e pesquisadores, notadamente Michel Agier, François Heran e Marie-Caroline Saglio Yatzimirsky.
Em novembro do mesmo ano, como resultado dessa articulação, aconteceu a primeira edição do evento, na Unicamp, reunindo pesquisadorea de Brasil e França, além de alunos a artistas em condição de deslocamento forçado. A atividade foi considerada um sucesso e desde então passou-se a trabalhar com uma segunda edição, o que de fato vai se tornar realidade dois anos depois – e desta vez em solo francês.
“Com o tempo nosso escopo foi ampliando e incluímos outras nacionalidades numa proposta de abrir as fronteiras da universidade para o acolhimento de alunos, pesquisadores e docentes em risco. A Unicamp foi a pioneira de um movimento que se expandiu para várias universidades brasileiras”, finaliza a pesquisadora e idealizadora do seminário.
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