Uma proposta apresentada nesta terça-feira (16) à representação diplomática da Ucrânia em Genebra (Suíça) prevê que o Brasil, mais exatamente São Paulo, acolha um grupo de refugiados ucranianos que adquiriram algum tipo de deficiência por conta do conflito gerado pela invasão russa, iniciada em fevereiro.
A ideia foi apresentada pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que está em missão na Suíça como relatora e porta-voz da Comissão Mista sobre Migrações e Refugiados do Congresso Nacional.
A embaixadora da Ucrânia em Genebra, Yevheniia Filipenko, que recebeu a proposta da parlamentar brasileira, disse que solicitará ao Ministério da Saúde da Ucrânia uma lista de ucranianos com deficiência que necessitam de serviços de reabilitação.
Gabriili fez ainda uma solicitação à diretora do centro de reabilitação do Hospital das Clínicas de São Paulo, Linamara Battistela, para o acolhimento de refugiados da guerra e viabilizar os protocolos de reabilitação. O pedido, segundo comunicado, foi acolhido pela administração hospitalar.
No encontro bilateral com a diplomata ucraninana, a senadora também expressou preocupação com a educação de crianças com deficiência e com os direitos das mulheres durante o período de guerra, entre outros assuntos.
Após o encontro, foi cogitada a possibilidade de a senadora ir à Ucrânia em novembro, quando o período eleitoral estiver encerrado no Brasil — ela é a vice na chapa de Simone Tebet (MDB) à Presidência da República.
Diáspora forçada
Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), cerca de 6 milhões de ucranianos estão na condição de refugiados, sendo 5 milhões deles em países europeus. O dado coloca os nacionais do país europeu como a terceira maior população em situação de refúgio no mundo, atrás apenas de sírios e palestinos, que são acompanhados por uma agência específica das Nações Unidas, a UNRWA.
No Brasil, desde março passado há a possibilidade de vinda de ucranianos por meio do visto humanitário.