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sábado, abril 27, 2024

Filme italiano sobre jovens migrantes em direção à Europa, Io Capitano é indicado ao Oscar 2024

Longa venceu o Leão de Prata na edição 2023 do Festival de Veneza e foi um dos indicados ao Globo de Ouro deste ano; produção ajuda a manter a temática migratória presente na mais famosa premiação do cinema mundial

A temática das migrações estará novamente na pauta do Oscar, a mais importante premiação do cinema. O filme italiano ‘Io Capitano’, do cineasta Matteo Garrone, está entre os cinco finalistas da categoria de Melhor Filme Internacional na edição 2024.

A produção narra a história dos irmãos senegaleses Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall), que empreendem uma aventura épica para deixar Dakar, capital do Senegal, em direção à Europa. Entre as etapas dessa viagem estão os perigos encontrados no deserto, a passagem por centros de detenção na Líbia e a periogosa travessia de barco pelo mar Mediterrâneo.

Antes de virar finalista ao Oscar, o longa venceu o Leão de Prata na edição 2023 do Festival de Veneza e foi indicado ao Globo de Ouro na categoria que contempla os filmes que não são falados em inglês.

”É uma grande satisfação e estamos felizes que a aventura continue; na esperança de que o filme e a história de Seydou sejam vistos por um número cada vez maior de espectadores em todo o mundo”, afirmou o cineasta em declaração pública na terça-feira (23), pouco após o anúncio do longa entre os indicados.

Além de ‘Io Capitano’, também disputam o Oscar de melhor filme internacional as produções ‘Perfect Days’ (Japão), de Wim Wenders; ‘A Sociedade da Neve’ (Espanha), de Juan Antonio Bayona; ‘The Teachers’ Lounge’ (Alemanha), de Ilker Çatak; e ‘Zona de Interesse’ (Reino Unido), de Jonathan Glazer.

Cena do filme “Io Capitano”, que conta a história de dois jovens senegaleses em direção à Europa. Longa é um dos indicados ao Oscar 2024, na categoria Melhor Filme Internacional. (Foto: Divulgação)

Migração e Oscar em edições recentes

“Io Capitano” não é a primeira produção italiana que aborda a temática migratória a obter uma indicação ao Oscar. Em 2017, o longa Fogo no Mar, focado na ilha de Lampedusa – tradicional ponto de chegada dos barcos que atravessam o Mediterrâneo – também esteve entre os finalistas na categoria Melhor Filme Internacional.

Em 2022, o tema voltou a marcar presença na cerimônia por meio do documentário Fuga, que usou o formato de animação para contar a história real de um refugiado afegão homossexual. A produção concorreu simultaneamente nas categorias de melhor filme internacional, melhor documentário e melhor animação, mas não levou nenhum dos prêmios.

O assunto migração, inclusive, marcou presença no Oscar 2023 por meio de seu grande vencedor, o longa Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Com uma mistura de multiverso, humor e ficção científica, a produção traz reflexões diversas sobre as contradições, obstáculos e sonhos de imigrantes, a partir da história de uma família chinesa que migrou para os Estados Unidos.

A produção venceu em 7 das 11 categorias nas quais tinha sido indicado, entre elas a de melhor filme. Também levou a melhor nos prêmios de direção e roteiro original (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), atriz (Michelle Yeoh), montagem e ator e atriz coadjuvante (Ke Huy Quan e Jamie Lee Curtis).

No discurso de agradecimento pelo prêmio de melhor ator coadjuvante, Ke Huy Quan protagonizou ainda um dos momentos mais marcantes da edição 2023 do Oscar. Nascido no Vietnã e radicado nos Estados Unidos, ele lembrou da própria trajetória como migrante em situação de refúgio.

“Minha jornada começou num barco. Acabei num campo de refugiados [em Hong Kong]… E, de alguma forma, acabei aqui. Dizem que histórias como essa só acontecem em filmes. Não acredito que isso está acontecendo comigo”.

Além disso, Michelle Yeoh se tornou a primeira asiática e apenas a segunda atriz não branca a levar o prêmio de melhor atriz na história do Oscar. Ela é de familia chinesa e nasceu na Malásia.

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