Projeto piloto teve ainda workshops e assessoria voltados para o público migrante e com objetivo de auxiliar na busca por informação em relação ao mercado de trabalho brasileiro
Por Debora Draghi
Em Curitiba (PR)
No último sábado (02/12) ocorreu no Engenho da Inovação, em Curitiba, o primeiro mutirão na cidade de cadastro de currículos específico para imigrantes e refugiados. Chamada de Curitiba Integra, a ideia da ação é aumentar o acesso dessa população a diferentes oportunidades no mercado de trabalho.
O evento contou com a presença de dezenas de pessoas, como voluntários, organizadores, parceiros e imigrantes. Entre eles estava Jean*, 32, que veio do Haiti há 4 anos e gostou muito do evento, pois “dá mais oportunidades para quem busca se inserir no mercado de trabalho brasileiro.” Jean trabalhou com CNC (Controle Numérico Computadorizado) e procura uma recolocação profissional. Desde que chegou no Brasil, Jean trabalhou com contabilidade, e não conseguiu um emprego relacionado ao que trabalhou antes.
“O mutirão foi uma forma de conhecer profissionais estrangeiros qualificados e possivelmente conectá-los com empresas com vagas disponíveis, de forma que as instituições tenham conhecimento do potencial existente na cidade e do quanto esses trabalhadores agregam ao trazerem experiência de outro país, com outra cultura e idiomas, enriquecendo o ambiente com diversidade e tornando-o mais plural e rico para os que desconhecem o país de origem do estrangeiro”, destaca Marcela Milano, diretora e coordenadora do Linyon Global Workers, um dos principais realizadores do evento.
A ação conseguiu unir pessoas em busca de um novo emprego e também especialistas na área de trabalho e empreendedorismo. Além do cadastro de currículos, o mutirão teve também dicas, assessoria e workshops para que um ambiente mais profissional fosse estruturado para melhor atender os imigrantes lá presentes.
“Os workshops puderam aprofundar o conhecimento a respeito das leis trabalhistas, formatação de currículos e dicas para entrevistas, de maneira que os imigrantes e refugiados saibam mais a fundo sobre o mercado de trabalho brasileiro e se reinsiram. Também, as oficinais de empreendedorismo possibilitaram que os estrangeiros aprendessem mais a respeito de abrir seus próprios negócios e cogitassem essa possibilidade”, completou Marcela.
Para Rossana*, 26, o evento foi muito bom, porque os imigrantes precisam conhecer os benefícios, seus direitos e deveres. “Porque muitas pessoas chegam ao Brasil e não tem conhecimento das leis para o trabalhador, e o mutirão foi interessante, pois consegue ambientar o estrangeiro para que esse sinta-se mais confiante na busca por trabalho.” Rossana está no Brasil há apenas 2 meses, oriunda da Venezuela. É formada em arquitetura e com 2 anos de experiência na área, mas ainda não conseguiu um emprego.
O mutirão contou ainda com a parceria da empresa Corsh, de recrutamento e seleção, e com a Agência Curitiba, que é um braço da prefeitura municipal para incentivar as ações de inovação e empreendedorismo na cidade, além do Linyon Global Workers.
*Atendendo a um pedido dos migrantes entrevistados, seus nomes foram alterados no texto
je suis marocain si je viendrai à Curitiba est -ce qu;il ya ine association qui aide les immigrants pour trouver un travail et un logement et merci infiniment?
singnature :MIMI