Quem olhou para os relógios digitais de rua de São Paulo nos dias 23, 24 e 25 de dezembro provavelmente notou algo diferente além do horário e da indicação de temperatura. Eram mensagens de “Feliz Natal” escritas em 30 diferentes idiomas.
E a ação vai se repetir nos dias 30 e 31 de dezembro e 1º de janeiro, desta vez exibindo a saudação “Feliz Ano Novo”.
O objetivo da iniciativa, uma parceria da Prefeitura de São Paulo com a empresa francesa JCDecaux, é homenagear as comunidades migrantes que residem na capital paulista.
“A ação é uma continuação da homenagem que realizamos durante o Natal. São Paulo foi construída por meio da união de diferentes culturas imigrantes e é reconhecida pela sua diversidade. É com esse reconhecimento que gostaríamos de começar o ano de 2020”, diz o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).
As mensagens serão exibidas em cerca de mil relógios espalhados por diversas regiões da cidade, como a as avenidas Paulista, Brasil, Faria Lima e Alcântara Machado, Centro de São Paulo e outros locais.
Maiores comunidades imigrantes
Segundo estimativa do poder público municipal, há cerca de 70 comunidades representadas na cidade. De acordo com dados da Polícia Federal, 360 mil imigrantes vivem atualmente em São Paulo.
A Bolívia (20,8%) representa a maior comunidade migrante de São Paulo no momento, seguida por Portugal, China e Japão. Nos últimos anos também foi identificado um incremento nas comunidades de haitianos e peruanos.
Esses e outros dados estão inclusos em um informe divulgado no último dia 18 pela Prefeitura, a partir dos atendimentos realizados pelo CRAI (Centro de Referência e Atendimento ao Imigrante).
Os dados permitem traçar um perfil da população imigrante que busca atendimento no local, além de indicar tanto avanços como lacunas ainda a serem preenchidas por ações do poder público.
Desde dezembro de 2016 a capital paulista conta com uma política municipal voltada às populações migrantes que residem na cidade. Ela institucionalizou uma série de ações que foram implementadas nos últimos anos, como a própria abertura do CRAI – inaugurado em novembro de 2014.
A existência dessa política e das ações que ela institucionalizou é considerada um resultado direto de anos de reivindicações das comunidades migrantes e entidades da sociedade civil ligadas à temática migratória.
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