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quarta-feira, dezembro 11, 2024

Comunidade turca no Brasil agradece e presta contas sobre ajuda a atingidos por terremoto na Turquia

Comunidade turca no Brasil promoveu agradecimentos públicos aos bombeiros brasileiros que atuaram no socorro às vítimas do terremoto na Turquia. E também prestou contas sobre mobilizações recentes por recursos em prol dos atingidos pela tragédia na terra natal

Os tremores que abalaram o sul da Turquia e o norte da Síria, há quase dois meses, desencadearam também uma série de ações de solidariedade em prol da vítimas da tragédia no mundo todo, inclusive no Brasil. A comunidade turca residente no país foi um desses agentes mobilizadores e tem feito agradecimentos públicos aos que atenderam ao chamado.

A demonstração mais recente ocorreu no último dia 26 de março, quando bombeiros brasileiros que integraram a força-tarefa humanitária enviada à Turquia para ajudar nas buscas por vítimas foram recebidos pela comunidade turca em um Iftar, como são chamados os jantares que ocorrem em meio ao Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.

Entre bombeiros, familiares e representantes da comunidade turca, cerca de 110 pessoas participaram do jantar. As mesas foram pensadas para contarem tanto com os socorristas quanto com turcos, muitos deles com parentes e amigos nas regiões mais afetadas pelo tremor. Também foram entregues lembranças aos convidados.

“Foram momentos muito emocionantes, de homenagens e de agradecimento mútuo. Alguns trocaram contatos telefônicos entre si”, relatou o turco Mustafa Goktepe, presidente e fundador do Instituto Pelo Diálogo Intercultural, promotor do encontro.

Vale lembrar que a comunidade turca é majoritariamente seguidora do Islamismo, que possui no Ramadã um período de reflexão. Ele inclui um jejum ao longo de todo o dia, que é quebrado somente à noite, em um grande jantar – a recomendação é que somente pessoas de fato saudáveis façam essa abstenção de alimentação durante o dia, sendo que enfermos e crianças estão dispensados.

Considerado como um dos abalos sísmicos mais fatais deste século, os números oficiais de mortos na Turquia e Siria atingem a casa dos 30 mil. A ONU, por sua vez, estima que até 50 mil pessoas tenham morrido com os desabamentos provocados pela tragédia.

Lembrança entregue aos bombeiros brasileiros que participaram das buscas por vítimas do terremoto na Turquia.
(Foto: Divulgação/Instituto Pelo Diálogo Intercultural)

Prestação de contas de campanha

Além disso, o Instituto Pelo Diálogo Intercultural – antigo Centro Cultural Brasil Turquia – ainda encabeçou uma campanha de arrecadação de recursos logo que vieram à tona as primeiras notícias do terremoto na Turquia, por meio do portal Vakinha e via PIX da própria entidade.

A campanha foi encerrada em 7 de março. E cumprindo uma promessa feita no lançamento, a entidade publicou em seu site a prestação de contas da mobilização.

Ao todo, foram arrecadados R$ 62.570, transferidos para o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) para serem empregados nos esforços de apoio aos atingidos pelo terremoto.

A proposta inicial era de repasse desses recursos para uma instituição local. No entanto, ao longo do processo surgiram polêmicas sobre o fato dessas entidades receberem recursos a partir do exterior. Dessa forma, decidiu-se enviar o total arrecadado para o ACNUR.

Vale lembrar que boa parte da comunidade turnca no Brasil é ligada ao movimento Hizmet, perseguido pelo governo do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Tanto o comprovante de transferência feita pelo instututo quanto a declaração de recebimento da doação por parte do ACNUR estão disponíveis no site do Instituto pelo Diálogo Intercultural.

“Agradecemos a todos que participaram, e torcemos que as dores sejam aliviadas com esta contribuição brasileira”, informou o instituto, por meio de nota.

Cerca de 1.000 turcos vivem no Brasil atualmente, segundo estimativa da própria comunidade. Um número que já foi maior e acabou reduzido pelas perseguições que sofreu nos últimos anos a partir do governo turco.

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