Por Dominique Maia
Durante os períodos de chuvas intensas, as comunidades em situação de vulnerabilidade enfrentam desafios graves, como o aumento do risco de enchentes, alagamentos e a propagação de doenças. Nesse contexto, o Ministério da Saúde tem destacado a importância de adotar medidas preventivas para proteger a população. A situação é ainda mais delicada para a população migrante, especialmente para aqueles que vivem em condições precárias, pois a falta de acesso a informações adequadas e as barreiras linguísticas aumentam sua exposição aos perigos desses eventos.
Com o objetivo de apoiar e atender também migrantes, refugiados e apátridas no Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em colaboração com a Agência da ONU para as Migrações (OIM), disponibilizou traduções do material informativo sobre cuidados durante o período de chuvas e enchentes em seis idiomas: espanhol, inglês, francês, creole haitiano e mandarim, além do português.
Nos últimos anos, em razão das mudanças climáticas, eventos como as enchentes têm se tornado cada vez mais comuns e devastadores. No caso do Rio Grande do Sul em 2024, para citar o mais conhecido desses eventos recentes, mais de 90% dos municípios do Estado foram afetados pelas cheias, impactando a vida de 2,3 milhões de pessoas. Dessas, mais de 600 mil viveram situação de deslocamento forçado.
De acordo com uma projeção do ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados), cerca de 35 mil pessoas migrantes (incluindo aquelas em situação de refúgio) que vivem no Rio Grande do Sul podem ter sido afetadas direta ou indiretamente pelos desastres.
Destaques
O material, elaborado em formato de folder, aborda orientações sobre como evitar doenças como leptospirose e tétano, além de cuidados com animais peçonhentos. Veja abaixo o acesso a cada uma das versões, em seus respectivos idiomas, e os tópicos principais abordados:
PORTUGUÊS – Orientações à população em situação de enchentes
ESPANHOL – Directrices para la población en situaciones de inundación
INGLÊS – Guidelines for the population in flood situations
CREOLE HAITIANO – Oryentasyon pou Popilasyon nan sitiyasyon d inondasyon
FRANCÊS – Lignes directrices et conseils pour la population en situation d’inondation
- Cuidados com animais peçonhentos: orientações sobre como lidar com picadas e mordidas de animais, como cobras e escorpiões, que podem se tornar mais frequentes durante o período de cheias.
- Segurança alimentar: dicas para armazenar e preparar alimentos de maneira adequada, prevenindo contaminações.
- Prevenção de doenças: informações sobre como evitar doenças comuns em cenários de enchentes, como leptospirose e tétano.
- Higiene pessoal e ambiental: recomendações sobre a importância de manter a higiene para reduzir o risco de infecções e outras doenças.
- Acesso a serviços de saúde: contatos úteis para solicitar assistência médica, caso necessário.
Informação e prevenção
O secretário adjunto da SVSA, Rivaldo Venâncio da Cunha, explicou que o objetivo é orientar a população sobre práticas de higiene e prevenção durante alagamentos, pois a água das chuvas, quando misturada com resíduos e esgoto, pode espalhar bactérias e vírus, causando doenças intestinais e infecções cutâneas ou oculares.
“É importante que as pessoas compreendam e compartilhem as recomendações básicas de saúde. A exposição à água da chuva contaminada pode causar infecções cutâneas e oculares, especialmente se houver feridas abertas na pele. Essas infecções podem se agravar rapidamente, levando a complicações mais sérias se não tratadas adequadamente”, disse Cunha, em comunicado oficial veiculado pelo governo federal.
A Oficial Nacional de Projetos da OIM, Socorro Tabosa, declarou que garantir esse acesso à informação em diferentes idiomas é um passo essencial para que as pessoas possam tomar decisões informadas sobre sua segurança.
“Sabemos que muitas pessoas que vêm para o Brasil podem enfrentar dificuldades de comunicação, pois nem todas são fluentes no idioma português. Por isso, garantir acesso à informação também em suas línguas, permitem que elas possam tomar decisões sobre sua própria segurança, um direito que deve ser protegido”.
Com informações do Ministério da Saúde
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