Representantes de organizações ligadas ou simpáticas aos migrantes estiveram reunidos na última quinta-feira (31) para debater e apresentar reivindicações ao poder público de São Paulo. E o encontro foi uma amostra do tamanho do desafio diante tanto das autoridades como dos próprios migrantes.
O evento, que ocorreu no auditório Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo, fez parte dos programas #existedialogoemSP e #dialogosSPDH/migrantes, organizados pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Dentre os presentes, estavam representantes de vários países da América Latina, além de Guiné-Bissau, Senegal e dos brasileiros que vivem no exterior. Do lado municipal participaram Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, e Juca Ferreira, secretário de Cultura. Mediando o encontro estava Paulo Illes, coordenador de Políticas para Migrantes da Prefeitura de São Paulo.
Dentre as diversas reivindicações dos migrantes, três grandes eixos podem ser destacados, nos campos da cultura e cidadania: o direito ao espaço público para manifestações e exposições culturais periódicas e permanentes, a regularização e reconhecimento das associações culturais migrantes e, de forma unânime, o direito a voto direto nas eleições.
Durante o encontro, o secretário Rogério Sottili (Direitos Humanos) fez questão de mostrar a disposição da atual gestão municipal em ouvir os migrantes. Ele prometeu ainda dar continuidade a reivindicações que já estão em curso, como a regularização da Rua Coimbra e revitalização da Praça Kantuta (tradicionais pontos de encontro da comunidade boliviana) e lembrou uma recente conquista: a flexibilização das normas para abertura de contas bancárias, acesso a crédito e remessas ao exterior.
Ao mostrar apoio às iniciativas culturais, Sottili enfatizou que é necessário ocupar toda a cidade para debater Direitos Humanos, e fazer manifestações culturais. “Só vamos mudar essa cultura com muita cultura”, explicou, referindo-se ao ainda pequeno espaço ocupado pelos migrantes no cenário cultural paulistano e ao histórico da cidade de criminalizar e subestimar manifestações e exposições de cunho popular.
“Se não existe diálogo em São Paulo, então vamos criar. Não acredito em política pública feita dentro de gabinete”, disse o secretário Juca Ferreira (Cultura), que também enfatizou que as comunidades precisam ser incluídas na sociedade.
Além das reivindicações que já estão em curso e foram lembradas durante o debate, os representantes das comunidades também cobraram: a inclusão de manifestações migrantes durante a Virada Cultural (que acontece anualmente em São Paulo); reconhecimento das rádios comunitárias; formas de apoio às mídias migrantes; permissão para realizar atividades culturais nas escolas; inclusão dos festivais e eventos migrantes em geral no Calendário Cultural de São Paulo; espaços para exposições artísticas em geral, entre outros.
Ao falar da questão do voto, bastante cara aos migrantes, Sottili ressaltou que o tema precisa ser tocado em conjunto com as comunidades e a secretaria. Juca citou ainda que a questão precisa ser levada ao governo federal e que é necessário procurar sensibilizar a sociedade civil dessa demanda – por exemplo, buscando apoio de entidades representativas, como centrais sindicais.
O diálogo foi finalizado com coquetel e as apresentações de três danças típicas da Bolívia, cada uma de uma região diferente do país: Morenada, Caporal e Tinkus.
Com informações do portal Bolívia Cultural
[…] o encontro ocorrido no último dia 31/10, que fez parte dos programas #existedialogoemSP e #dialogosSPDH/migrantes, o secretário Rogério Sottili (Direitos Humanos) ressaltou que a questão do direito ao votos dos […]
[…] As restrições ainda vão contra posturas assumidas pela própria pasta em 2013, quando ela integrou uma roda de conversa com migrantes de diversas nacionalidades. […]
[…] Em outubro de 2013, o MigraMundo acompanhou um diálogo entre migrantes e a Secretaria Municipal de Cultura, também mediado pela então recém-criada Coordenação de Políticas para Migrantes. E o encontro, que aconteceu no Centro Cultural São Paulo (CCSP), foi uma amostra do tamanho do desafio diante tanto das autoridades como dos próprios migrantes (veja mais aqui). […]
[…] Em outubro de 2013, o MigraMundo acompanhou um diálogo entre migrantes e a Secretaria Municipal de Cultura, também mediado pela então recém-criada Coordenação de Políticas para Migrantes. E o encontro, que aconteceu no Centro Cultural São Paulo (CCSP), foi uma amostra do tamanho do desafio diante tanto das autoridades como dos próprios migrantes (veja mais aqui). […]