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sexta-feira, abril 26, 2024

O que você leva consigo em um processo de expatriação?

Por Danyel Andre Margarido

Por muitas vezes, pessoas que deixam suas casas, família e amigos, e partem para uma jornada no exterior, passam por situações complicadas até a adaptação ao novo cenário cultural.

E parte desta adaptação acontece nos desafios do dia a dia nas empresas, sejam elas quais forem, e em como enfrentam as possíveis demandas que recebem em sua nova função.

Claro, um bom onboarding vai cuidar de como você se encaixa nesse novo cenário corporativo. Mas é comum que dúvidas surjam sobre o que você pode fazer para contribuir em seu novo trabalho.

Quais ideias fazem sentido? Quais são as formas de se posicionar em uma reunião para poder trazer uma solução? O que será que meus colegas vão pensar se eu der uma ideia de algo que vi no meu país de origem? Como alguém que deixou o Brasil, pode contribuir nessa negociação, na Alemanha, com clientes angolanos?

‘Síndorme do Impostor’

Essas perguntas podem afligir qualquer pessoa, em qualquer país. Afinal, muitos – se não todos – passam pela chamada “Síndrome do Impostor”, duvidando das capacidades que possuem, achando que estão na posição por um erro de outra pessoa.

A boa notícia é que, segundo estudos, há maneiras de lidar com essa síndrome.

Como por exemplo, conversar sobre esses desafios, que você pode estar enfrentando em seu novo trabalho, nos Estados Unidos, com amigos e familiares. Pessoas que estão em outro grupo social, podem apresentar o cenário geral, ajudando na recalibração da sua visão sobre o que está acontecendo.

Entretanto, pode ser complicado para alguém que está em outro país, que não passou o que você está passando, poder dar algum direcionamento.

Por isso, é importante que você se lembre das suas forças, lembrar-se do que realmente está levando junto com você, durante a sua expatriação*.

É importante lembrar que, mudar de país não é fácil. Deixar tudo o que você conhece, suas referências e seguranças para trás é algo que somente os fortes conseguem fazer.

Você, que está em outro país, lembre-se do que você teve que vencer para poder estar aí onde está agora.

“Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades. ” 

(Epicuro)

Ainda, lembre-se que você tem uma perspectiva única, que muitas pessoas em seu novo time podem não ter.

Perspectiva diferenciada

Um estudo feito por 100 gerentes de backgrounds culturais diferentes, no Vale do Silício, mostrou que essas pessoas pensam de forma mais complexas do que os gerentes que fazem parte somente da cultura americana – esse pensamento complexo faz com que sejam mais reconhecidos por seus colegas, e, ainda, contribuem para uma promoção.

Ainda, o conhecimento de outra cultura pode ajudar a empresa, seja ela qual for, a explorar um novo mercado, uma vez que cada país tem uma forma particular de se comunicar entre si.

Você, com seu background cultural, pode traduzir o que a sua empresa fala, ou pretende falar, não só, por exemplo, traduzindo um texto para a língua local, mas adaptando o conteúdo, fazendo com que os clientes tenham uma melhor recepção ao que está sendo passado.

Você leva, em sua expatriação, toda a sua diversidade cultural, que cria uma perspectiva diferenciada sobre problemas que podem ser comuns aos desafios da sua nova equipe; e sua coragem, para enfrentar desafios ainda maiores. Isso tudo aliado à todo o seu conhecimento, seu network, seu planejamento e sua vontade.

Então, quando as dúvidas chegarem, questionando o que você está fazendo naquele lugar, lembre-se da contribuição que pode dar, da perspectiva única que você tem – e contribua.

*Vale lembrar que “expatriação” nada mais é que um processo de migração, apesar do nome aparentemente pomposo.

Sobre o autor

Danyel Andre Margarido possui mais de dez anos de experiência em Mobilidade Global e Expatriados, atuando como consultor de Global Mobility na EMDOC, e fundador da Altiore Experience; já realizou a movimentação de mais de 2000 famílias pelo mundo. É formado em Relações Internacionais pela UniFMU, com especialização em Direito Internacional pela Escola Paulista de Direito, MBA em Recursos Humanos, pela Anhembi Morumbi, e um mestrado profissional em Recursos Humanos Internacionais, pela Rome Business School.


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