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terça-feira, novembro 11, 2025

OIM pede investimento global para redução do risco de desastres e de deslocamentos forçados

Apelo da Agência da ONU para as Migrações a respeito de deslocamentos forçados ocorre poucas semanas antes da Conferência das Nações Unidas Sobre o Clima (COP), que acontecerá no Brasil, em Belém

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) emitiu um comunicado nesta segunda-feira (13) no qual pede um aumento nos investimentos em redução de riscos de desastres e em esforços de fortalecimento da resiliência. A entidade destacou que a intensificação de ocorrências como essas e os impactos climáticos estão gerando níveis recordes de deslocamento. E para isso, exige uma mudança decisiva nas prioridades do financiamento global.

“Precisamos reafirmar uma mensagem simples, mas urgente: financiar a resiliência”, disse Amy Pope, Diretora-Geral da Agência da ONU para as Migrações – como a OIM também é conhecida. “Cada dólar investido em resiliência economiza muitos outros em perdas evitadas e protege a dignidade daqueles que estão mais em risco. A escolha é nossa. Podemos continuar financiando a resposta a desastres ou podemos investir em resiliência. Essa é a mensagem que a OIM levará adiante enquanto trabalha com parceiros para garantir que o financiamento climático e de desastres reflita as necessidades das pessoas em movimento”, completou ela, no comunicado à imprensa.

O anúncio vem na esteira do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres (IDDRR, na sigla em inglês), lembrado pelas Nações Unidas nesta segunda-feira, e ocorre poucas semanas após mais uma edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), que neste ano vai ocorrer em Belém, no Brasil.

Para o evento, a entidade vai defender que a redução dos riscos de desastres e climáticos esteja no centro das negociações de financiamento climático, em linha com o Grupo de Trabalho do G20 sobre Redução de Riscos de Desastres e com os resultados da Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento. A OIM pretende demonstrar como a análise preditiva e o financiamento orientado pelas comunidades podem identificar áreas críticas, prevenir deslocamentos e proteger os avanços do desenvolvimento.

Também nesta segunda-feira, a OIM anunciou o lançamento de um projeto chamado Prepárate+, uma iniciativa com foco em quatro países da América do Sul – Chile, Bolívia, Equador e Colômbia. Ele consiste, nas palavras da entidade, em garantir que mulheres, migrantes, pessoas deslocadas e outros grupos marginalizados participem do planejamento e da tomada de decisões para fortalecer a resiliência comunitária.

Desafios

Cerca de 83 milhões de pessoas – o equivalente à população da Alemanha – viviam em situação de deslocamento forçado interno em 2024, segundo o relatório Global Report on Internal Displacement deste ano. Apesar disso, os esforços de redução do risco de desastres continuam gravemente subfinanciados. A maioria dos governos destina menos de 1% de seus orçamentos à prevenção, enquanto a assistência internacional continua diminuindo.

A própria OIM vem sofrendo na pele a redução no financiamento em escala global, o que já levou a entidade a rever atuações em diferentes países e ao corte de funcionários em sua sede, em Genebra (Suíça). Segundo dados da instituição, o orçamento para 2025 é 30% menor do que o do ano passado.

A Agência da ONU para as Migrações foi uma das instituições globais afetadas pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cortar a maior parte da ajuda internacional que o país enviava, além de ter extinto a agência nacional responsável por esse setor, a USAID.

Além dos cortes financeiros, a questão migratória ainda enfrenta um outro desafio global: a narrativa que costumeiramente recai sobre o tema, ainda muito associada a aspectos negativos e de soberania e segurança nacionais, com poucas abordagens relacionadas a um vetor de desenvolvimento ou mesmo no quesito do deslocamento causado por mudanças climáticas. Essa lacuna ficou bem evidente nos discursos de líderes globais durante a última Assembleia Geral da ONU, que ocorreu no final de setembro na sede da instituição, em Nova York (EUA).


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