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terça-feira, novembro 26, 2024

Para ir além das estatísticas e manchetes sobre migrações

Por trás das estatísticas e manchetes sobre migrantes estão pessoas que, por diferentes motivos, deram um passo rumo ao desconhecido e tentaram começar uma nova vida em outro lugar. Não perder de vista esse outro lado é tão fundamental para compreender a questão migratória quanto entender as estatísticas e estudos sobre o tema.

Seja por medo, traumas ou mesmo timidez, tomar conhecimento dessas histórias pode não ser tarefas das mais fácies, mas certamente cada uma delas tem potencial para ser uma verdadeira aula de vida.

Algumas dessas histórias podem ser encontradas no site Migrants Contribute, desenvolvido pela Organização Internacional das Migrações (OIM ou IOM, na sigla em inglês). Segundo a entidade, o portal é parte de uma campanha que visa enfatizar não de onde vêm os migrantes, mas o que eles trazem consigo – habilidades pessoais, pontos de vista, elementos culturais, entre outros.

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Reprodução/Migrants Contribute

Uma das histórias presentes no site é a da jornalista vietnamita Katie Nguyen, que deixou o país com apenas dois meses de idade por causa da Guerra do Vietnã. Criada em Hong Kong e depois no Reino Unido, hoje procura usar a própria experiência para dar um lado mais humano às reportagens que escreve.

“Em muitos países, as pessoas superestimam os custos e subestimam os benefícios da migração internacional”, diz o economista sul-africano Ian Goldin, que atualmente dirige o European Bank for Reconstruction and Development e é outro perfilado pelo Migrants Contribute.

Também é possível encontrar relatos marcantes sobre migrantes e refugiados dispersos em diversos sites, blogs, jornais e revistas. Um bom exemplo recente é a história da congolesa Ornela Sogo, 23, publicada pela jornalista Fabíola Ortiz no portal Opera Mundi. Sobrevivente de conflitos armados na norte da República Democrática do Congo, Ornela chegou ao porto de Santos por acaso em fevereiro deste ano. Durante esse tempo, passou por situações tão adversas e extremas que houve quem duvidasse da veracidade de sua história. Atualmente morando e trabalhando no Rio de Janeiro, Ornela não pretende voltar tão cedo ao Congo, mas tem como maior sonho rever a família – que hoje vive nos EUA.

Segundo a IOM/OIM, são cerca de 232 milhões de imigrantes, o equivalente a 3% da população mundial – só para efeito de comparação, o Brasil tem em torno de 190 milhões de habitantes. Ignorar o que eles têm a dizer é um erro recorrente que precisa ser combatido. E os exemplos acima mostram que corrigir essa falha é plenamente possível, além de render belas lições de vida.

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