Depois de três anos afetados pela pandemia de Covid-19 e de sessões online, o Abemmi Summit volta a ocorrer em formato presencial na capital paulista. Organizada pela Associação Brasileira de Especialistas em Migração e Mobilidade Internacional (Abemmi), a oitava edição do evento acontece no próximo dia 18 de maio, das 8h30 às 17h30, na Amcham Business Center, no bairro Chácara Santo Antônio (zona sul).
O evento, que é gratuito para associados, autoridades e imprensa, promoverá conhecimento sobre os temas mais atuais e relevantes a respeito da mobilidade global.
Em pauta, estarão discussões sobre como o Brasil pode ser mais atrativo para mão-de-obra qualificada de outros países, bem como melhorar o ambiente laboral para os migrantes internacionais já residentes no país.
A programação contará com os seguintes painéis: Transformação Digital e os Desafios da Humanização do Trabalho Remoto; Geopolítica da Rota do Investimento Estrangeiro e da Migração e Política Nacional de Migração.
Além de representantes do mercado de mobilidade global no Brasil, também confirmaram presença no Abemmi Summit integrantes do governo federal que estão ligados diretamente à questão migratória. Entre eles, na condição de palestrantes, estão a diretora do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça, Tatyana Friedrich, e o coordenador de política migratória da pasta, Paulo Illes.
Cenário favorável para mudanças
O Abemmi Summit deste ano ocorre em um cenário bem diferente dos anos anteriores. No contexto internacional, o fim da emergência sanitária global gerada pela Covid-19 e o retorno do Brasil ao Pacto Global para a Migração são algumas das novidades consideradas positivas no horizonte.
Descendo para o patamar nacional, vale o destaque para o início do processo de regulamentação do Artigo 120 da Lei de Migração, que prevê a instituição de uma Política Nacional de Migrações, mas que ainda se encontra pendente.
“O novo governo certamente priorizou a escolha de lideranças comprometidas, altamente preparadas acadêmica e politicamente para estarem à frente de áreas-chave da migração brasileira. Esses fatores permitem à Abemmi concluir que o Governo Federal tem interesse no tema e está imbuído dos melhores esforços para desenvolvê-lo”, salienta Marta Mitico Valente, atual presidente da Abemmi, em declaração ao MigraMundo.
A entidade organizadora do Summit foi uma das integrantes do grupo de trabalho responsável por elaborar propostas para essa futura política. As sugestões encontram-se no momento em processo de sistematização por parte do governo e deverão ser levadas para audiências públicas em breve.
“Desde o início dos trabalhos, conclamamos pela necessidade de uma mudança na cultura institucional em todas as esferas do setor migratório, pois é consenso entre nós que a regularização migratória é um direito, e não uma concessão. Por isso, defendemos medidas que combatam a discricionariedade na prestação de serviços migratórios. Afinal, a Nova Lei de Migração é moderna, mas sua aplicação continua muito distante disso”, completa Mitico.
Conceito ESG
Além das discussões sobre o cenário normativo das migrações no Brasil, o Abemmi Summit também terá um espaço dedicado ao debate sobre os princípios ESG no mercado de mobilidade global. A sigla em inglês, que significa “Environmental, Social and Governance” (Ambiente, Social e Governança, em português), refere-se a uma grande tendência e uma necessária resposta das empresas frente aos desafios da sociedade contemporânea.
Ao MigraMundo, Mitico citou que tem notado uma preocupação por parte das empresas de focarem suas atenções na diversidade, seja em questões de gênero, raça, cultura, religião, orientação sexual, entre outras. E isso inclui a presença de pessoas migrantes nos ambientes de trabalho.
“O conceito ESG é mais do que um sinônimo de cidadania, está presente no meio empresarial e em todas as organizações. E mais do que propiciar uma diversidade, precisamos assegurar inclusão. Estamos focados em todos esses pilares para a construção de um mundo mais justo e mais empático, especialmente para nossos migrantes, uma minoria que não pode mais continuar caminhando contra o vento sem lenço e sem documento”