Após mobilizações das comunidades no exterior, o atual governo boliviano confirmou a participação dessa população na próxima eleição presidencial, marcada para 18 de outubro.
A informação é do próprio organismo eleitoral boliviano e foi divulgada na última quarta-feira (9), conforme mostrou também o portal Bolívia Cultural.
“Em cumprimento do direito constitucional e democrático, os bolivianos residentes no exterior poderão dar seu voto nas Eleições Gerais de 18 de outubro. Esta modalidade está contemplada em 30 países nos quais Bolívia tem representação diplomática”, diz o informe.
A polêmica teve início no final de agosto, quando vazou um documento da chancelaria boliviana no Brasil. Ele apontava que o governo não via condições de organizar o pleito no exterior por conta do novo coronavírus (Covid-19).
No entanto, Entre pessoas da comunidade boliviana no exterior, como no Brasil, esse ato foi visto como uma manobra política e um ataque à democracia. Isso porque o eleitorado boliviano no exterior corresponde a 4,7% do total, e no qual predomina o apoio ao MAS (Movimento ao Socialismo), partido do ex-presidente Evo Morales. Ele deixou o poder em 2019, após 14 anos de mandato.
Marcada para 18 de outubro, a eleição ocorrerá quase um ano depois do pleito original, anulado por suspeita de fraude, e no qual Morales tinha sido eleito para um quarto mandato. Desde então, o país vive uma instabilidade política com a renúncia de Evo Morales e com a autoproclamação da senadora Jeanine Añez, acusada de golpe.
Desde 2009 a comunidade boliviana que vive no exterior tem direito a voto nas eleições gerais.
No que diz respeito aos votos, segundo a apuração oficial da eleição de outubro de 2019, 70% dos bolivianos que vivem no Brasil votaram pela reeleição do ex-presidente Evo Morales.
Protestos
No último dia 2, cerca de 60 bolivianos e apoiadores se concentraram em frente ao Consulado da Bolívia em São Paulo, mas não foram atendidos pelo cônsul José Luis Bravo Balcázar.
A comunidade participante reivindicava o diálogo sobre o direito à realização das eleições com a autoridade consular que está no cargo temporariamente e foi enviada pelo governo de Añez — que trocou diplomatas no Brasil e em outros países desde que se autodeclarou presidente.
Ocorreram ainda manifestações semelhantes da comunidade boliviana em outros países, o que pressionou o atual governo a se manifestar publicamente.
*Venha ser parte do esforço para manter o trabalho do MigraMundo! Conheça nossa campanha de financiamento recorrente e junte-se a nós: https://bit.ly/2MoZrhB
*Que tal receber notícias do MigraMundo diretamente em seu WhatsApp? Basta acessar este link e entrar em nosso grupo de distribuição de conteúdo